Mais do que palavras



Eis que chegou o inverno em Nova York. Na verdade não, quero dizer Rio de Janeiro mesmo.
Certa vez Rodrigo estava em mais um dia
corriqueiro vindo de seu trabalho 
esperava seu ônibus no ponto, com sua blusa social de sempre, enquanto chovia torrencialmente naquela tarde. Por sorte seu ônibus veio rápido neste dia.
Já dentro do carro ele olhava através da janela esperando os demais passageiros entrarem. Ele morava bem longe do centro da cidade, morava em uma parte periferia da cidade que é menos privilegiada e desfavorecida da sociedade. Naquele fim de tarde, por voltas das 17:00 enquanto Rodrigo esperava, ele também observava que o ponto de ônibus ficava vazio e deserto e só conseguia ver, entre as janelas molhadas de chuva, uma menina sozinha ainda esperando a sua condução, parecia que iria demorar muito, mas uma aflição tomou o seu coração a cerca daquela menina, porém o desejo sobre querer o bem dela foi tão forte que o ônibus dela acabou vindo rápido e naquele estante ele foi em embora mais calmo.

Naquele mesmo dia no caminho havia um engarrafamento horrível por ser um dia antes de um feriado e além do mais chovendo.
Dois ônibus ficam em parerelo,
 se encontram e ficam lado a lado, até Rodrigo levar um susto ao reconhecer a menina que tinha visto a pouco tempo, aquela menina que estava no ponto de ônibus. Ela usando uma blusa rosa florida, negra e com lindos cabelos castanhos escuros alisado. Rodrigo ficou olhando várias vezes e esfregando os olhos para ver se era ela mesma, ele tenta de tudo fazer sinais, gestos, mas nada fazia ela o notar naquele instante, até seus olharem se cruzarem. De uma hora para outra ele desce de seu ônibus para subir no que ela estava. Ele batia várias vezes na porta pedindo o motorista para abrir, ele paga a passagem e vai ao encontro dela. Senta ao lado dela e fica olhando por alguns segundos tentando se acalmar, da pequena corrida que tinha feito e é claro criando coragem para dizer algo, ele achava que não tinha a menor chance, mas foi mesmo assim até ela.
– Oi, desculpa atrapalhar.
A menina tira os fones de ouvidos.
 – Eu não podia contar com o destino e arriscar não te ver uma outra vez, ele solta um sorriso abafado – Podia me dizer o seu nome?
Nessa hora olho para ele e fico assustada pensando que era uma assalto.
– Oi, eu sou a Marília, desculpa? Digo sorrindo sem jeito.
Quando Rodrigo ouviu o som da voz de Marília ele começa a sentir algo especial por ela.
– Desculpa mesmo, eu não queria assusta-la. Não foi nada.
Ele fica alguns minutos em silêncio e volta a falar
– Só mais uma pergunta! Para onde mesmo esse ônibus está indo?

Eu começo a rir e nesse momento explico para ele. Logo penso que ninguém tinha feito tal loucura só para conhecer uma garota, para me conhecer assim. Ele desceu no próximo ponto, vi o vento o levar mais uma vez e eu fui mais uma vez covarde em não declarar o meu amor pelo Rodrigo.
 Eu sempre o via de longe, pois trabalhávamos próximos e morávamos relativamente perto um do outro, mas acho que ele nunca tinha me visto antes. 

Marília vivia inúmeras eventualidades sobre a vida, um dia alguém apareceria e eu saberia que aquilo era bom e certo. Mesmo que esse encontro tivesse sido aguardado ou deixado de lado repetidas vezes, um sentimento muito forte sempre predominava, fazendo ter esperança.
Já Rodrigo, com o amor ele sempre viveu acomodado, nunca sentiu seu coração acelerar tão forte a respeito de nenhuma das pessoas, que já passaram por sua vida, mas achava que em algum momento isso aconteceria. Ele pensa que quando encontrar a garota certa iria se endireitar pois ele era um pouco descuidado e só pensava em seu trabalho.
– Já se apaixonou filho? Perguntava o seu amigo na casa de Rodrigo.
– Ah não sei... não foi nada demais. Só sai com a Priscila uma vez só.
Eles acabam de tomar um drinque, o amigo de Rodrigo vai embora e ele fecha a porta olha para um lado depois olha para o outro, e a imagem de Marília não saia de sua cabeça logo esse pensamento o toma e se pergunta o que estava acontecendo com ele para ter feito aquilo tudo.
Quando cheguei em casa estava cansada e só queria que esse dia acabasse logo, mas suspiro ao pensar no que tinha acontecido como Rodrigo teve o poder de transformar tudo deixando tudo mais bonito nesse dia, mas não tenho esperança de ser a pessoa certa, aquela que vá mudar ele para melhor, será que eu acredito nisso ainda?

       Era uma semana agitada eu trabalhava como jovem aprendiz, era o meu último ano trabalhando no setor administrativo. Está semana todos nós iríamos prestar serviços a empresa ao lado, iríamos visitar e conhecer, cada uma seria assistente de pessoas que eram nossos superiores. Por surpresa Rodrigo iria ser o meu superior o que não significava quase nada ele era tão pobre quanto eu, mas não precisamos nos envergonhar disso certo? Bom eu pensei que nunca mais iria ve-lo, mas parecia que o destino se encarregada de nós botarem no mesmo lugar. Ele sabia quem eu era e tinha se lembrando, mas fingiu nem me conhecer, que me atitude é essa? além do mais ele não esboçou nenhuma reação que metido. Assim, entramos em uma sala e ele não me colocou para trabalhar me nada e acabei ficando entediada.
– Acho que deveria estar fazendo alguma coisa não? Ele dá um pequeno sorriso ainda sim sem falar nenhum palavra.
Ele estava me irritando ele era um arrogante diferente no dia que ele falou comigo, agora ele nem me olhava nos olhos se quer ao menos falava, só estava focando no seu trabalho me deixando de molho.
– E isso aqui é para que? Pergunto segurando um tipo de grampeador.
– Não é para você brincar com isso, agora tenho que trabalhar e me concentrar. Dizia ele sério.
– Ok entendo. Passam-se alguns segundos
– E agora está fazendo o que?
– Por que logo você foi ficar aqui comigo, eu não posso te olhar se não vou me desconcentrar, vou querer ficar conversando e vou deixar o meu chato trabalho todo de lado, e só vou querer ficar com você, como agora estou fazendo. Dizia ele alterado e olhando para mim.
– Calma, não te ouvi estava com o fone de ouvido, pode repetir? Ele olha para ela sem paciência e volta a fazer o que estava fazendo.
– Já que não esta fazendo nada, faça uns testes na revista, você acredita em bobagem de amor à primeira vista? prontinho aqui está
– Aí não, você deve ser muito sensato para isso.
Você não dá a mínima né? 

– Eu sou muito romântico, se quer saber. Volta a se concentrar
Algumas horas se passaram e Rodrigo viu ela quietinha comendo um pão e um copo de suco sala.
– Então quer almoçar fora hoje? Disse ele.
– Não precisa, não quero incomoda-lo.
– De forma alguma vem comigo, por favor! Quero uma companhia espontânea como você.
Fomo almoçar, mas na verdade parecia um encontro. Alguém na rua que fazia quadro de rosto, Rodrigo pediu para que desenhasse o meu. Depois fomos ao paintball, algo da qual não esperava, um curtindo a companhia do outro. Não foi um daqueles encontros em um restaurante, nem aquele em cinemas típicos, a nossa conversa era tão natural e fluía. Na hora de irmos embora fiquei mais a vontade do lado dele pude sentir-me mais quem eu queria ser, eu dava  resposta super elaboradas e ele só dizia meias palavras, comecei a ficar preocupada e em meus pensamentos achava que ele pudesse estar me achando desinteressante.
E nos pensamentos de Rodrigo, ele achava que ela devia estar sabendo dos sentimentos que ele tinha por ela e que na verdade Marília só está sendo gentil, por pena. Rodrigo não conhecia esse sentimento até tocar o seu coração e não era questão de um querer ou não, seus corações procuravam no mesmo momento.
Eu não sei
talvez algumas pessoas tenham vergonha ou medo de serem românticas se expressar sei la, acho que é o caso dele. Estava Marília com os seus pensamentos.
Voltamos para a sala e a trabalhar, ainda teríamos uma semana toda pela frente trabalhando juntos.
Outro dia voltei para continuar ao trabalho, encontrei ele com uma mulher na sua sala e quando ela me viu chegar saiu e bateu a porta de uma forma muito forte, fiquei calada. Será que ele tinha uma namorada e não me falou.
– Marília, Bom dia! tudo bom com você? Dizia ele feliz.
– Estou bem. Quer dizer estou super mega bem, não podia estar melhor.
– O que aconteceu?
–  Bom sabe eu estou feliz que a sua namorada conseguiu ver o tipo de cara que você é a tempo.
Rodrigo começa a rir.

– Ah então é isso, ciúmes?
– Dá onde você tirou isso? Dizia irritada torcendo a boca.
– Eu sair com ela uma vez e já faz um tempo, deixei bem claro que não sairíamos mais, mas sem eu entender ela veio até aqui no meu trabalho me procurar e falar comigo.
Marília abaixa a cabeça  
– Olha para mim Marília, quando é que você vai entender que a única pessoa que me interessa é você a única garota que quero. Vamos sair daqui é melhor eu digo o que está acontecendo e o que eu sinto.
– Ta bem. Digo sem reação não acreditando no que ouvia.
E então fomos, no lado de fora fazia um lindo dia de sol, estávamos tomando um suco e fico olhando para seu rosto cada parte minuciosamente  no reflexo do sol. 
– Algum problema? pergunta interessado.
Droga ele reparou que eu to encarando
– Porque está pegando no meu pé?
– Eu? Diz Rodrigo dando rizada.
– Sabe vindo atrás de mim no ônibus, tendo dias divertidos.
– Bem, você sabe né.
Eu começo a rir concordando daí fico séria
 – Não, não na verdade eu não sei 
– É... que ultimamente ando sentindo algo por você. Diz olhando para baixo
– Você sabe o que significa?
– Sim. E você sabe o que significa? Pergunto insegura
Ele balança a cabeça e nos beijamos.
– Bom eu também, você não saia da minha mente e... Ele não deixa terminar de falar e beija impedindo de terminar a fala.
Depois voltamos para a sala para continuarmos trabalhando, um funcionários chega na sala.
– Licença vim pegar um papel em branco, vocês estão bem?

– Muito bem, quer dizer já estou indo. Digo apressada
– Não se esqueça o que disse, por que foi tudo verdade. Ele dá um beijo na minha mão e o funcionário ficou olhando para nós dois.
Cheguei em casa e depois liguei para ele.
– Oi Rodrigo, Tudo bem, como está?
– Tava bem e agora que eu ouvi sua voz esta tudo maravilhoso.
E lá ficamos conversando, 
disse que o melhor lugar é sempre onde ele estava, mas que a partir da próxima semana voltaria para o meu trabalho normalmente.
Obrigada. Você é um anjo por tudo que tem me proporcionado nessa semana e apesar de não estarmos mais trabalhando juntos, acho que já estamos próximos o bastante para nunca mais te soltar. Dizia ele apaixonadamente.


Bom e foi assim a nossa história. Talvez eu fosse o ponto fraco dele que fez ele parar de ser um cara complicado e não acreditar no amor. Até hoje lembrava de coisas que pensava que ele não lembraria, mas ele se lembra mais do que eu, quando eu estava usando uma blusa rosa florida e que ficará gravada em nossos corações mais do que qualquer foto ou gravação.

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