Sol bate na janela ainda penso em você. Ouvia meu avô com um
som de machada capinando o quintal. Sinto falta desses dias, de correr pelo
quintal, brincar com areia e vento, sinto falta de me sentir assim, como se
estivesse em uma fazenda. Mas minha alegria durou por pouco tempo, meus dias de
juventude acabaram precocemente. Ainda
tenho 18 anos, mas logo cedo, eu e minha mãe fomos abandonadas pelo meu pai,
não sei onde ele está até os dias de hoje. Minha mãe pouco depois de dar à luz
a minha irmã mais nova sofre um acidente de carro junto do meu padrasto acabam
morrendo.
Um
novo rapaz acaba de aluga a casa em frente, que até então estava vazia já a um
tempo. Certo dia ele bate na minha porta pedindo uma informação sobre o
apartamento. Ele muito gentil percebe meu rosto jovem e a menina que estava
segurando no colo, que eu insistia em dizia ser minha filha, com medo de
descobrirem e a tirarem de mim. Antes que a justiça tomasse a decisão dativa
resolvi fugir, não queria me separar da minha irmã, não queria deixar ela nas
mãos de pessoas desconhecidas e muito menos dos meus parentes que além de tudo
moravam longe e nem tios eu tinha. Não poderia abandonar a minha irmã, então
tomo a guarda dela e me mudo para um pequeno apartamento, o mais escondido que
pudesse.
A
partir disso abrir mão da minha vida, deixando tudo de lado, principalmente os
estudos por precisar trabalhar e pagar aluguel, comida etc pedia favor a uma
vizinha para que cuidasse dela enquanto eu trabalhasse e no final do mês pagava
ainda a ela, por algumas vezes perdoava o atraso. Além de não ter tido nem se
quer tempo para meu luto, eu seguia meus dias assim. Eu dedicava a minha vida a
cuidar da sua irmã recém-nascida. Minha vida girava em torno desse monótono
rotina. Muito inexperiente tive que aprender a lidar com os desafios de cuidar
de um bebê, a vida me obrigou a me tornar responsável. Todas as vezes que eu
cantava brilha estrelinha em noites difíceis, eu acabava por sempre
chorar.
Minha
irmã já estava engatinhando e certa vez foi parar na casa do vizinho novo que
estava com a porta aberta, fui lá até busca-la. Quase na entrada de sua casa
levo um susto ao ve-lo, ele olha para mim com olhos admiráveis e compreensivos
com a bebê no colo. Coloco a minha mão sobre a sua para conseguir pega-la
no colo e me desculpo mais uma vez pelo incomodo. Olho em volta da casa, em que
não pude deixar de repara que parecia casa de avó clássica que tem aquela pano
de enfeite de mesa, pinguim de geladeira e sexta de frutas falsas me causa
nostalgia. De repente ao lado e vejo um arco, desses de cabelo, com estrelas,
ele olha em minha direção para onde eu estava olhando e diz que tinha achado em
um parque de diversões. Respondo que coincidentemente a um tempo atrás tinha
perdido em um parque e nisso começamos uma conversa de quais parques nós já
tínhamos ido. Digo que sinto falta, respondo
com voz abafada e um meio com um sorriso. No entanto ele diz que tinha
esquecido que tinha guardado, mas com a mudança acabou encontrando em uma das
caixas, ele diz que guardou sem a esperança de achar a dona, mas que pensava na
história que essa pessoa devia ter ficado triste por perder algo assim. Digo
pareceu a história da cinderela e ele sorri. Então nesse caso ele a devolve e a
coloca na cabeça da bebê, mas eu me recuso a aceitar dizendo que não poderia
aceitar objetos de estranhos. Ele diz que ficaria melhor nela do que nele e
parece que a bebê realmente gostou, não parava de sorrir. Ele diz que estou me
saindo bem, estou certa de não confiar em todos tão fácil assim.
Acordo
de madrugada com uma ligação de uma chamada restrita e a bebê começa a chorar
então canto novamente para faze-la dormir.
“Eu sei que sente falta da nossa mãe, mas eu vou estar aqui com você e te
protegendo. Você vai ser ainda muito feliz, você vai ser quem você quer que
seja. Vai crescer uma menininha linda e muito saudável. Desculpa se eu fui um
pouco egoísta, talvez você tivesse uma ida bem melhor em uma família, ou até
mesmo em um orfanato, mas você é minha única família. Eu te amo muito viu.”
Em
um sábado chuvoso, minha vizinha, que não era minha amiga, mas alguém a qual
confiava em deixar a bebê enquanto trabalhava. Hoje ela veio na minha casa me
cobrar o dinheiro do mês em que cuidou da bebê. Ela falou algumas coisas do
trabalho dela e foi até o assunto do novo vizinho, a qual ela dizia achar ele
misterioso, porém jovem e bonito e me aconselhou dizendo que eu era ainda muito
jovem, e precisava viver, seguir a minha vida, mas nem ela mesma sabia do meu
segredo. De tarde coloco a bebê para dormir e sento no sofá velho de minha
sala. Coloquei uma música na internet e aos poucos a música foi me fazendo
levantar e comecei a dançar, aquele momento foi o meu momento, peguei uma
escova de cabelo e fingir ser meu microfone a sala já não era uma sala se transformou
em um palco. Até que ouço uma voz chamar meu nome e paro imediatamente. Quando
eu percebo que tinha deixado a porta aberta. Era o vizinho que me encarava com
a testa franzida de um jeito que fazia me questionar se eu deveria estar ali
mesmo, um olhar intimidador que me deixou envergonhada por me ver assim.
“Essa música é da banda que eu fazia parte quando era da escola, não sabia que
ainda estava no youtube.” A voz dele suava super grave e até que bem muito
bonita.
“E hoje em dia no que trabalha?”
“Hey, você gosta sorvete?”
“Em? O que? Por acaso ta me convidando pra sair?
“Na verdade eu ganhei esse napolitano e eu não gosto muito"
"Ai não, como eu sou... é que eu pensei..."
"Bom eu tava
esperando para chamar assim que entregasse o sorvete, mas já que tocou no
assunto.”
“É que bebê não toma ainda sorvete e eu não poderia comer sozinha” Fecho a
porta depressa.
No
meio da semana venho do trabalho olhando para a janela do ônibus pensando em
buscar a bebê na casa da vizinha, em seguida ainda preparar o jantar, pois já
tinha feito miojo a semana passada toda. Depois disso tudo estaria já cansada para
fazer qualquer outra coisa. Pego as chaves e abro a porta, entro em casa e coloco a bebê na cerquinha e
minha mochila no sofá e acendo as luzes. Demorei a perceber, mas a casa estava
limpa.
“Gostou da limpeza?”
“Como você entrou aqui?”
“Eu pedi suas chaves a sua colega”
“Porque?”
“Eu vi que você estava tão sobrecarregada, não deve estar sendo fácil para você
trabalhar e cuidar de uma bebê sozinha”
“E o que você tem a ver com isso?” cruzei os braços.
“Bom espero que tenha gostado da limpeza” Ele coloca uma flanela na mezinha do
meio da sala. “Boa noite!”
“Inacreditável, o que ele ta tentando fazer?”
No
dia seguinte vou até a minha vizinha dizer que não tinha dado a autorização de
entregar minhas chaves para um estranho.
“Me desculpa, eu achei um ato de gentiliza você realmente anda cansada, ele foi
tão convincente.”
“Eu não confio nele, algo nele é estranho” fico com cara emburrada. “Além do
mais ele não é responsável em usar o fogo, um dia desses eu vi ele na cozinha,
ele é atrapalhado, mas o engraçado é que eu gostei dele mesmo assim, o que eu
to dizendo? mas ele não tem nada a ver comigo.
“As vezes o que a gente idealiza, o que você pensa que quer, nem te faça tão
alegre como ele.” Ela sorri “ Acho que ele está mesmo interessado em
alguém”
“É ele me chamou para sair.” O que é estranho, se interessar por mim, assim
toda descuidada, feia e principalmente sabendo que tenho uma filha. De qualquer
forma não aceitei”
No
outro dia foi estranho, eu sonhei com o ele e acordei pensando nele, desde o
dia fico pensando nele. Encontrei com ele no corredor e tomo uma decisão.
“Se não for tarde demais eu aceito sair com você, mas só posso no sábado”
Ele dá um sorriso.
Fomos
em um parque desfrutamos a companhia um do outro, compramos algodão doce e
caminhamos olhando as estrelas. Damos as mãos. Ele para o que estava fazendo
para olhar para mim, sob a luz da lua com um olhar de admiração. Ele parecia
ter esperado a hora perfeita, ele se inclina lentamente, dando-me a chance de
afasta-lo se eu não tivesse pronta. Sinto que se beijasse ficaria feliz, mas eu
desvio, mas ele não fica frustrado ele me abraça e continuamos a andar. Vejo um
bichinho na rua e fico assustada, ele mata e ameaça a jogar em mim, um momento
em que me senti uma adolescente.
“Estou curioso sobre uma coisa”
“Eu repondo tudo que não seja relacionado a minha filha, tudo bem?”
“Você realmente tem um rosto muito jovem, mal posso acreditar que já tem uma
filha”
“Eu consigo sozinha, eu trabalho no supermercado, eu consigo levar comida,
pagar o aluguel.
“Você é admirável sabia?”
“Eu não sou admirável, na verdade sinto pena de mim mesma, eu nem nunca tive um
namorado”
“Como assim?”
“Quer dizer... Bom agora você deve pensar algo bem ruim de mim, não é?”
“Não, não estou não, como disse você é muito forte e obviamente linda!”
“Eu? Quer dizer. Obrigada, é muito gentileza sua.”
Mas os dias eram assim, um dia luta, o outro de alegria, hoje foi de alegria, a
quanto tempo eu não me sentia assim, mas no outro dia foi um dia difícil, pois
eu tinha sido dispensava do trabalho e logo quando cheguei em casa comecei a me
sentir mal, sentia que estava com febre e a bebê não parava de chorar.
Mas nesse momento em que eu estava doente, o vizinho mais uma vez se intromete,
mas de forma boa e cuida de mim. Tinha uma olhar que, olhando, pode-se ver a
preocupação. Me deu comida na boca. Eu
acabo chorando dizendo que ninguém tinha cuidado de mim assim. Ele me dá um
beijo demorado em minha bochecha que eu não queria, franzo o cenho. Ele se
aproxima mais uma vez e ele rouba um beijo, mas eu não correspondo, mas na
verdade tinha gostando e ele ainda mais, pois por outro lado ele parecia também
não querer admitir isso. Ele até faz uma piada sobre o meu beijo, chamando de
beijinho e bagunça meu cabelo. Mas sinto que se eu não o afastasse, ele então
iria para outro ainda mais apaixonado. Ele era bem energético e não ficava
parado fazia gracinhas, mas em momentos difíceis ele levava com seriedade me
animava com o seu jeito pateta.
“Beijo” ele pergunta com a mão em meu rosto fazendo carinho “Você quer mais? “
“Boa ideia, acho que pode ser” Respondo sorrindo.
Ele coloca a mão nos olhos os esfregando e abaixando a cabeça e sorrindo
envergonhado. Ele coloca um beijo em meus lábios e nós sorrimos entre o beijo.
Um beijo que continha amor, na qual nunca tinha sentido antes, parecia um
sonho. Por um gesto simples a gente acaba se apaixonando, algo que não dá para
explicar, mas toca o coração da gente, algo cativa. Parece que toda vez que
ouço a voz dele bondosa, parece que interpreto o que tem dentro do coração
dele.
Quando
eu me sentia um pouco melhor ele me convida para ir a uma premiação, mas recuso
por não ter uma roupa adequada, mas não digo nada para ele. Simplesmente ele
aparece com vestido que a vista era exatamente do meu tamanho.
“Mesmo assim eu não poderia aceitar”
“É um presente de aniversário adiantado, ou pode pensar que é um presente pelo
nosso encontro”
“Ta bem eu vou”
“O que você ta fazendo que ta me deixando ficar assim apaixonado por você”
O
dia da premiação dele chegou, ele estava concorrendo algum prêmio da qual eu
nem perguntei, mas iria apoiar ele. Nem sabia em que ele trabalhava até hoje.
Colo meu vestido e me produzo. Me olho no espelho a qual mal me reconhecia, eu
estava me sentindo bela pela primeira vez depois de um tempo. Pego a bebê no
colo para levar até a vizinha tomar conta e percebo que ela estava muito
quente. Corro de vestido e salto para pegar um ônibus e leva-la para o
hospital.
O vizinho bate na minha porta, mas ninguém atendia, ele então grita pelo nome
dela, Faz uma ligação e vai atrás dela.
Já no hospital eu corro para a emergência, mas ainda espero por um tempo em umas
cadeiras e tento botar um lenço molhado em sua testa. Começo a chorar pedindo
que ela fosse atendida e finalmente ela é levada e eu entro junto.
Quando finalmente o vizinho me acha eu estava sentada em uma das cadeiras de
espera com as mãos no rosto.
“ O que aconteceu?”
“Não era para você estar na premiação?”
“Quem liga é só uma premiação” passa seu braços sobre meus ombros “ Eu soube da
bebê como ela está?”
“Ela tem alergia a ao leite que eu tava colocando na mamadeira, ela está em
observação, mas agora ela esta bem, o pior é quando ela sair daqui, eu não
tenho dinheiro para comprar os remédios, eu acabei de pagar o aluguel e paguei
para fazer essa maquiagem para hoje e esse penteado. Dizia em prantos.
“Está tudo bem, eu estou aqui.”
Ele volta com um copo de água.
“Você está melhor?”
“Não precisava ficar no hospital”
” vamos passar por isso juntos”
E ali a sementinha do sentimento desabrochou. Nesse momento seu abração era tão
hospitaleiro, acolhedor me aceitando em seus braços, me sentia protegida e bem-vinda.
Ele estava a minha disposição o melhor que ele era e podia.
“Olha eu sei que você não vai aceitar, mas deixa eu pagar os remédios”
“São muito caros”
“Esse valor não é nada para mim ao preço de ver ela bem.”
Ele
diz que vai ao banheiro, mas deixa cair a sua carteira do bolso, a qual tinha
aberto e caído seus documentos de dentro. Cato um por um e vejo uma corrente do
poder judiciário. Nesse momento só penso em pegar a bebê e fugi com ela. Corro
e vou para a sala de hospital, pego a bebê no colo e fujo. Quando ele
finalmente volta ele não me acha mais por lá. Ele sai com seu carro
desesperamente atrás de nós duas. Entro em um restaurante e fico por lá até
fecharem. Saio no meio da madrugada com a bebê chorando, pensando em um lugar
para passar a noite, mas ele me achou.
“Sobe no carro, é perigoso esse bairro, além do mais sua irmã vai ficar mais
doente”
“Como você sabe que ela é a minha irmã? Você mentiu pra mim todo esse tempo”
“No início sim é o meu trabalho, fazia parte do meu trabalho descobrir mais
informações sobre vocês, mas depois de um tempo eu descobrir que não estava
mais fazendo o meu trabalho eu estava por conta própria me interessando por
você.
“Eu não vou entrar em um carro de um mentiroso”
“Não me faça”
Ele me pegou pela braço e me colocou a força dentro do carro e me deu seu
casaco, e do lado de trás fiquei com a bebê no colo.
“Eu sei que não quer falar comigo, mas eu comprei os remédios dela e estou
levando vocês para casa.”
Chegando no apartamento.
“Você quer que eu diga obrigada?’
“Não ta tudo bem, eu mereço isso. Eu já vou indo”
“Espera” ele hesita em continuar andando” Por favor não tira ela de mim, ela é
a minha única família”.
“Fica tranquila eu não vou, como eu disse, eu me importo com vocês. Quando eu
digo que eu te amo eu realmente quero dizer, eu realmente sinto isso. Vou fazer
o possível”
“Agora sim obrigada” Ele me dá um beijo na testa e entra na sua casa.
“Bom dia, passando aqui para dizer que te amo.
“É reciproco esse sentimento, eu também te amo”
“Trago boas noticias”
“ O jeito de você ficar com a guarda da bebê é...” Ele se ajoelha na minha
frente com uma flor, em que nela tinha uma aliança. “ Aceita se casar comigo?”
Meu olhos não podiam acreditar no que estavam vendo.
“Será que é possível dizer mais que um sim”
“ O que?”
“Nada, eu aceito com toda certeza”
Nos
abraçamos e beijamos e a bebê sorri. Finalmente nos casamos e vamos morar em um
condomínio.
“Você já decidiu em que lugar quer comer hoje? Já foi naquele aqui perto?”
“nunca... ele pega na minha mão e fica brincando com os dedos... você já?
Depois de terminado os estudos, minha irmã já estava uma adolescente até mesmo
já tinha um namorado e eu descubro que estava esperando um bebê.
“Você me ama? Pergunto a ele.
“Sempre e para sempre.”