A princesa que tinha calos



Havia um reino muito distante, onde tinha um rei chamado Malakai. Ele era um homem viúvo, muito solitário, presunçoso e turrão. Havia uma funcionária do castelo que se chamava Clarice, ela trabalhava muito, e um dia ele pediu que ela descansasse um pouco, pois apesar de parecer mal e insensível ele tinha um grande coração, mas foi essa criada chamada Clarice, quem amoleceu o coração de pedra do Rei. Clarice se tornou querida dele e o Rei confiava muito nela, ela era a sua confidente, psicologa tudo em uma mulher só. Teve um tempo que o Malakai adoeceu e Clarice quem cuidou dele, e por quem ele começou a ter um grande e forte sentimento e não somente de gratidão, mas um sentimento puro de amor, porém por ser plebeia eles tiveram que enfrentar muitas lutas e desafios para ficarem juntos, ele a amava tanto, e ela a ele. Depois de um tempo eles se casaram e tiveram uma filha, que se tornou princesa, ela se chamava Adelaide.
                 Adelaide já crescida, havia um jardim a qual ela ia todos os dias da sua vida, ela por ser uma princesa muito travessa e que quando criança vivia brincando na lama na sua casa da árvore, que localizava até hoje ao lado do castelo no jardim central, havia conseguido diversos hematomas e machucados e vivia andando descalça, Clarice se descabelava de tanto reclamar, além de lindos saltos que mesmo se negando sua mãe a obrigada usar que fez ter muitos calos em seus pés.
                Passaram-se um tempo, Adelaide havia completado a idade de vinte anos, e todos do reino cobravam perguntando quando ela iria se casar, todos perguntavam e viviam dizendo que ela tinha ficado para trás, e isso deixava ela muito irritada, apesar de não ligar para isso, Adelaide queria mesmo continuar estudando, lendo seus livros, cuidando das plantas, animais e se aventurando por todos os lugares explorados. Seus pais tinham medo de que ninguém se interessasse por ela, por ter seus pés tão feios, todos do reino sabiam desse defeito e nenhum dele gostariam que seus filhos a conhecessem. Seus pais ficavam preocupados pois ela devia se casar para passar seu cargo de princesa para gerações seguintes.
Havia chegada o dia em que Clarice decide organizar uma quermesse e doar caixas de roupas, e chama todos os camponeses da cidade e funcionários do castelo como uma forma de pretexto para que conhecessem sua filha, já que nenhum dos nobres se apresentariam. Foi em uma manhã agitava e bem movimentada dentro do castelo, sua mãe pediu que Adelaide colocasse um vestido bem longo para assim poder tampar seus pés, pediu que todos os moços jovens fossem falar com Adelaide. A princesa ficou assustada por tantos quererem a sua atenção, mas ela deu toda sua atenção, então se apresentaram alfaiate, soldadeiros, carpinteiros, trovadores que lhe cantam lindas canções, que comoveu e cativou seu coração, mas todos saiam correndo quando ela revelava por rebeldia como seus pés eram, além de nenhum a agradar, nenhum fez ter o coração dar pulinhos, assim Adelaide foi correndo chorando para o jardim, onde encontrou seu melhor amigo que era o bobo da corte.
– Ninguém gosta de mim, e jamais gostará isso é a realidade. Dizia Adelaide chorando em desespero.
– Isso não é verdade, eu gosto de você. 
Meus pais me pressionam e não entendem que o fato de alguém ser legal e solteiro que irei me apaixonar só querem que me case por conveniência e o amor? pensava a Adelaide
  Só mágica poderia te ajudar.
Calisto mais conhecida como bruxa do calabouço, ela era uma forma de alquimista, a qual estava presa lá a muito anos, e seria mesmo a única que poderia fazer um feitiço para fazer os pés de Adelaide comuns e ficarem lindos. Mas ninguém sabia onde ela estava presa, Adelaide lembra que seu pai já tinha contado essa história para ela, que dizia que essa mesma bruxa tinha um filho, e mesmo seu amigo não se dando conta ele tinha lhe dado uma brilhante ideia.– Mas só foi uma brincadeira, isso pode ser um pouco arriscado para você minha princesa!
– Só você mesmo para me fazer rir. Dizia Adelaide mostrando todos seus dentes.
– O que eu não faço para você rir da minha cara né. E eles dois sorriram.
Ela tinha uma vida perfeita tirando o fato dos seus pés. Ela frequentava uma escola para princesas onde lá ela tentou procurar pelo filho da bruxa, mas sem sucesso por sua busca. Assim por semanas e meses procurando por todos os lugares até ela não insistir mais nessa ideia.
          O quarto de Adelaide no topo onde dava para ver bem as estrelas no céu. No dia seguinte amanheceu, ela olha ao seu redor e aquela janela não estava lá, ainda um pouco tonta percebe que não estava em seu quarto, Onde eu estou? Até que ela ouve a porta do quarto se abrir e uma voz dizendo
– Tome seu chocolate quente.
– Quem é você? Pergunta assustada
– Fiquei sabendo que anda me procurando? Bom sinto lhe dizer, mas eu já vigiava você a um tempo.
– Como? E precisa me sequestrar?
– O que você quer comigo, menina? Eu sou muito perigoso não devia me procurar. Dizia ele se aproximando.
– Pode me soltar primeiro? 
– Ele não responde – Eu só queria perguntar sobre a Calisto, acho que a sua mãe certo? Nessa hora ele ficou surpreso não esperava que perguntassem de sua mãe depois de tanto tempo. – Estranho, muitos me procuram apenas para pedir poções magicas, mas você não. Quer dizer eu não vou te dar essa informação.
– Me deixa ir embora.Você não vai querer nada comigo, olhe só os meus pés.
– Do que está falando é uma honra ter a princesa aqui.
Ele se aproxima segura seus pés e tira de leve  uma de suas sapatilhas de pantufas, ele para e olha. Adelaide ficar paralisada e surpresa por ele não sair correndo, ou falar algo malvado, ao invés disso ele beija um de seus pés, Adelaide fica assustada e lhe acerta com seu pé o rosto dele, ele fica irritado e vai embora deixando ela ainda presa por mais horas.
Mas tarde ele volta com o almoço.
– Está mais calma agora? 
–diz ele Adelaide fica em silêncio. 
– Não adianta se fazer de valente, é tão deplorável ver você pobre indefesa.
– Me solta, por favor, eu estou disposta a esquecer tudo e ser sua amiga, e nunca revelar que me fez refém.
– Então é isso? Você quer mesmo ir embora? Não quer descobrir onde está a sua fada madrinha?
– Você não sabe onde ela esta, não é mesmo? Dizia Adelaide
– Aqueles covardes desistiu de você mais fácil né.
– Olha eu posso te ajudar a achar ela, ou juntos podemos. Dizia ela empolgada.
 – Meu nome é Alexandre, e confia em mim não farei nada com você, apenas obrigo você se alimentar, e usa esse vestido aqui vai ficar super bonito em você. Ele se retira e a deixa pensativa. Mais tarde Alexandre obriga um de seus criados a servir- la, mas por acidente acabou deixando um pouco de açúcar cair nela.
– Não se preocupe você fez um bom trabalho obrigada. Agradecia gentilmente.
– Não os chamem de criados, eles são trabalhadores e que recebem seus direitos trabalhistas.
Ele olha para ela.
– Você é uma princesa deve ser tratada como tal. Você me encanta, e cada vez mais. Pena que eu não sou príncipe estou mais para um sapo.
– Você só é um pouco desajeitado, mas acho que levaria jeito, você só tem que beijar e pessoa certa para não ser mais um sapo.
– Olha menininha nem tudo é romantizado como você pensa.
– Como você pode ser tão amargurado assim? Apesar que também não penso nisso, eu penso em viajar conhecer o mundo, estudar, e casar está em segundo plano, talvez por não ter conhecido alguém especial.
– A pessoa certa não vai te privar de viver tudo isso, casamento não tem que ser uma prisão, vocês irão viver todas essa aventuras juntos, vai continuar a sua vida, só que agora do lado do pessoa que a gente ama, compartilhando momentos.
– Você tem razão... olha acho que consegui que você abrisse seu coração um pouquinho.
                Passou dois dias, todos do reino estavam a procurar de Adelaide, enquanto isso o lado irresponsável de Adelaide a fazia continuar com Alexandre, uma parte dela queria consegui muito a formula para seus pés, outra parte sem perceber estava gostando de ter sua companhia de poder conversar com ele todos os dias, ela estava descobrindo que ele não era tão assustador quanto parecia no início. Porém Adelaide pensa quanto seus pais deveriam estar preocupados e se senti mal, culpada e acaba chorando.
– Você não sabe o tamanho do meu amor por você, deixa eu te dar tudo que você quer, riqueza, amor fica comigo? aqui!
– Calma, eu também gosto de você, gosto da sua amizade, mas eu realmente preciso ir embora pode me deixar, por favor?
– Se você ficar eu devolvo até a liberdade do seu amigo.
– O que você? por que fez isso? Eu já estava gostando de você.
– Desculpa te decepcionar assim princesinha, isso que eu não queria.
Uma lágrima cai dos olhos dela
– Você disse amor? Como você pode me amar me mantendo prisioneira e ao meu amigo?
– Porque você é da nobreza nunca me aceitariam, somos muito diferentes.
 – E isso que você pensa? Vai ver você está enganado, se você é realista, podemos mudar essa realidade, podemos tentar.
– Você não entende, vou te deixar aqui comigo, quando você me conhecer melhor vai gostar de mim. Ele coloca as mãos no rosto dela. Você deve me achar um loco não é mesmo?
 – Na verdade... Eu te entendo, você é sozinho.
                Do lado de fora haviam várias pessoas com tronco de árvore com fogo gritando do lado de fora prontos para invadirem o pequeno castelo de Alexandre. Quando ele ouve todos do lado de fora, Adelaide consegue ver ele com medo pela primeira vez, eles se olham nos olhos e uma lágrima cai dos olhos de Alezandre.
– Ao seu lado eu enfrento tudo.
Adelaide aparece na portaria junto com seu amigo e todos saem para abraçar ela, ela fica feliz mais ao mesmo tempo triste por deixá-lo sozinho, porém faz ela pensar sobre o quanto ele abriu mão de seu amor, para vê-la bem e evitar mais tristezas, fez isso para proteger ela dele mesmo.
             Passou-se um tempo Adelaide ainda sim continuou pela busca de Calisto, e fez uma ordem a qual encontrassem ela.
Eles acharam e quando a encontrou, eles descobriram que ela tinha sido acusada injustamente, e que tinha deixado o seu filho quando pequeno. Calisto foi levada até Adelaide.
– Minha querida lhe devo muito gratidão por ter me soltado. O que posso fazer por você em recompensa?
– Na verdade Calisto 
minha recompensa é ver você feliz, eu aprendi a me amar, no começo era vaidade, orgulho queria te achar para poder me ajudar a curar os meus pés, e pensando bem meus pés não são tão feios. Ela solta uma sorriso.
– Com certeza filha existe alguém que vai te amar do exatamente jeitinho que você é sem criticar, todos nós temos defeitos. O rei e a rainha convidaram Calisto para trabalhar no castelo, ela aceitou e passou a ser chamada de Celeste, ela aceita e vai morar junto com o seu filho no castelo. Quando Adelaide estava no jardim sozinha como sempre, ela olha para trás e vê Alexandre, nos primeiros segundos ela leva um susto, mais vai correndo abraça-lo, ele a pega no colo girando no ar, ele primeiro pede perdão por ter feito passar por aquilo tudo, ela ao abraça novamente e quando se afastam do abraço eles se olham e se aproximam até se beijarem, o rei e a rainha ficam de butuca e acabam assistindo a eles dois, e eles ficam muito felizes, o mínimo que podem fazer é autorizar que ele pedisse a mão de sua filha, e serem gratos a Celeste por seu filho amar Adelaide sem precisar ser com os olhos mais sim com a alma assim como deve ser, o rei e a rainha se abraçam lembrando de toda sua jornadas juntos que viveram.
– Adelaide, deixei o meu orgulho de lado e o meu medo por que eu te amo, e tive coragem de ser feliz, e ganhei você, a coisa mais preciosa em minha vida, mas que essa tiara em sua cabeça.
– Eu deixei a minha vergonha de lado, você me ensinou muitas coisas, eu te amo com todo o meu coração! pela vida toda.
– Agora eu que estou um pouco envergonhado, bom não sei se sou bom nessas coisas, mas vamos lá. Ele pega em sua mão ajoelha e olha em seus olhos.– Aceita esse príncipe desajeitado como seu namorado.
          Passaram-se um tempo Adelaide e Alexandre se casam e tiveram uma linda filhinha, que se chamava Lina, que tinha nascido com o nariz um pouco diferente talvez torto, mas sua mãe Adelaide ensinou a lidar com isso em sua vida, você pode ser linda e nada vai mudar o foto de você ser uma princesa, não é um defeitinho ou outro,  como chamam, que vai deixa-la menos linda, ser diferente é bom, o ruim seria se todos fossemos iguais.


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