Cilada


                Hoje estava tendo aula de cálculo diferencial uma das disciplinas de economia da universidade em que estudo. Dentro de sala via do outro lado da janela um rapaz passando com seus amigos do lado. Ele me encantava, tinha algo diferente que chamava a atenção, mas não era a primeira vez que o via.
Fiquei ali por alguns minutos admirando ele passar até ele sumir da minha vista.
– Ei, você está olhando de novo aquele veterano? Dizia minha melhor amiga –
– Sim, ele acabou de passar com os amigos dele, estava tão lindo com aquele blusa azul! mesmo eu não sabendo o que estava escrito nela.
– Vamos fazer um seguinte, você precisa falar com ele.
Volto a olhar para a janela.
– Ai não sei se é uma boa ideia, acho que se ele quisesse ele viria falar comigo. Olho para Jessica.
– Se ele quisesse? Ele nem sabe que você existe. Diz com uma expressão séria.
– Talvez saiba, mas só tenha vergonha.
– Ele não tem cara de quem tem vergonha, amiga!
No intervalo de uma aula para outra nós duas vamos para a biblioteca procurar um livro para um trabalho. Conseguimos achar o livro e descemos as escadas para voltar para assistir a última aula do dia “Só queria ir embora” disse Jéssica enquanto descia. Eu perco a fala por alguns instantes quando o tal rapaz por quem eu gostava secretamente passa por nós subindo
– O que foi isso? Tenho certeza Estefani, que ele te olhou.

Ainda em choque permanecia imóvel.
– Ele nem me olhou sua doida.
– Eu vi
– Mas será que não foi pra você?
– Claro que não, amiga. Eu acho que você já pode falar com ele.
            Outro dia já estava na entrada do campus quando vejo de longe aquele menino sentado na entrada fazendo inscrições para uma palestra que teria da faculdade.
Tenho que passar por lá e me inscrever, essa seria a oportunidade perfeita. Pensava enquanto mirava ele de longe me preparando para ir até ele.
– Estefani, – grita alguém de longe –  olho para traz.
 – Seu pai está passando muito mal sua mãe acabou de ligar dizendo para você precisa ir para casa. Não pensei duas e fui para casa. Seu pai sofria de pressão alta e eu era a única que podia cuidar dele, já que meus pais eram divorciados. Chamo atenção dele por não ter tomado o remédio está manhã.
– Pode voltar pra seus estudo, eu vou ficar bem. Dizia ele já se recuperando
– Tem certeza, pai? Eu levei um susto, na verdade estou preocupada! Vou ficar aqui com o senhor.
                Na correria do dia vou de uma sala para a outra apresentar um trabalho, tirar xerox, almoçar. Na ida para o banheiro depois do almoço esbarro no menino misterioso que tinha um olhar enigmático.
– Me desculpa
– Desculpa
Falamos os dois ao mesmo tempo.
– Oi, acho que outro dia vi você lá embaixo, senti que você iria se inscrever, mas desistiu, estava te procurando para saber se então você ainda está interessada? Dizia ele com uma prancha na mão e uma caneta.
Ele tinha um sorriso bobo e muito simpático, mal podia acreditar que ele estava me procurando.
– É que meu pai tinha passado mal
– Olha, sinto muito. Ele está melhor?
– Está obrigada por perguntar
Um silêncio invade esse momento, ele sorrir olhando para mim de forma encantada e me perco no seu olhar.
– É bom... quero me inscrever sim
Ele sorrir mais uma vez olhando para mim
– Seu nome completo por favor?
– Estefani Carvalho – envergonhada pergunto –  E o seu?
Ele sorrir.
– Meu nome é Carlos, prazer em conhecer Estefani
Os olhos deles sorriem juntos
Chego em casa conto tudo para a minha amiga, ela só dizia que já sabia que ele tinha uma queda por mim, pois soube uma vez que ele tinha tirado uma foto minha, mas provavelmente era só uma fofoca.
Uns dias passam e vou animada assistir a palestra, pois sabia que ele estaria. Na entrada recebo um papel e dispersa eu machuco o meu dedo com o papel Carlos aparece do nada e corre para ver se eu estava bem
– Ta doendo? Ele fazia uma cara muita seria
– Não, ta tudo bem, só foi um pequeno corte
– Temos que levar para o Hospital, vamos agora.
– Não, pera eu quero assistir a palestra, está tudo bem de verdade
– tem certeza? Bom você que sabe, mas pelo menos vamos lavar seu dedo e fazer um curativo
– Ok
Ele estava sendo tão gentil, mas talvez em demasio, aquela atitude me assustou um pouco, eu será que eu não estou acostumada com tanto cuidado assim. Ele realmente pareceu gostar de mim e eu nem acreditava que estava sendo mimada assim por ele.
– Ai! Me desculpa, Estefani, eu não queria que isso acontecesse com você
– Só ardeu um pouquinho, eu sou meio exagerada mesmo. Sorriu, mas ele continuava sério.
– Está melhor agora?
– Estou sim, muito obrigada, você é um amor! Mas não precisa se preocupar tanto
– Vamos voltar para palestra, vou ficar pertinho de você para nada mais disso acontecer. Ele apertava minhas bochechas e aquilo me confortou, mas ainda sim, alguma me incomodava nele.
Voltamos para o auditório e sentamos juntos.
Ele não parava de me olhar e dizer o quanto estava linda
– Seu sorriso é irresistível, sabia?
– Acho que não sabia, descobrir agora estando com você
Ele segurou na minha mão
– Essa é a melhor palestra que eu já vim
– A minha também sem dúvida – nosso olhos se encontravam – Eu vou ao banheiro já volto.
– Já vai? Quer que eu vá junto?
– Acho que isso eu posso sozinha. Dizia rindo
– A é claro! Eu sou meio protetor as vezes. Sorria sem graça
                No caminho para o banheiro sentia que alguém me seguindo, olhava para traz, mas não via ninguém, quando sai do banheiro tinha algum pressentimento. Quando volto para o auditório vejo Carlos sentado mexendo no celular. Quando a palestra acaba Calos me leva até a porta de casa e nisso se despede, com um sorriso maroto e me despedia com meus lábio vermelhos e bochechas rosadas.
– Desde o momento que te vi tenho vontade de fazer isso.
– É algo estranho de se compreender, alguma coisa que sinto por você é algo que me enche de alegria
Carlos se  aproxima e nos beijamos de forma muito doce pareciam como força de ímãs. Ele segurava em meu rosto de uma forma firme.
– Boa noite, Carlos! Olhava apaixonadamente
– Não há de que, minha princesa! Ele me puxa pela mão outra vez e dá um outro beijo caloroso e intenso.
                No dia seguinte vou no mercado fazer umas pequenas comprar e antes de sair de casa meu pai havia me dito para comprar certinho o que tinha na lista! Em meio ao corredor sinto que alguém estava me vigiando novamente e aquilo me causava arrepios. Até que deixo de comprar algumas coisas da lista e vou direto para o caixa. Começo a andar rápido até esbarrar em Carlos.
– Estefani, está tudo bem? O que aconteceu?
– Eu to com medo, parece que tem alguém me seguindo, não sei explicar
– Calma eu te levo para casa, não se preocupa
No caminho de volta para casa Calos me olhava de uma forma diferente
– Eu te fiz alguma coisa? Porque está agindo assim?
– Como assim, Carlos? Do que está falando?
– Ai me desculpa eu falei muito sério com você, eu sou um monstro
– Tenho que ir, agradeço mais uma vez
– Vamos tomar alguma coisa juntos agora, topa?
– Você ta me assustando um pouco
– Está cedo ainda, fica calma eu não vou te fazer nada, Estefani! Sou eu o Carlos
– Eu não quero.
– Eu não quero gritar com você
– O que? Não, me solta!
– Se você gritar eu terei que te apertar mais seu braço e eu não quero fazer isso com a sua pela tão linda!
Carlos me puxa com força para uma casa de madeira branca pouco mais distante do mercado uma rua na qual não conhecia.
– Pronto, pronto seja bem-vinda! Esse lugar eu preparei especialmente para você, para nós dois.
Era um lugar repleto de rosas pelo chão e pela cama e fotos minhas espalhadas pela casa.
– Olha eu fiz isso tudo para você, eu ficava tão feliz em imaginar a gente já casados nem posso acreditar que isso está sendo realidade. Só tenho que pintar a frete, mas ai estava esperando para você me ajudar a escolher a cor. Bom seta ai eu não vou te prender, eu confio em você, eu só vou botar a sacola de comprar na cozinha já volto meu amor.
Paralisada fico no sofá olhando tudo em volta, pensava se corria em como reagiria a quando ele voltasse. Carlos volta da cozinha ouvia ele cantando uma música romântica
– Agora que estamos a sós e aconchegados me fala o que aconteceu? Foi naquele dia que estava falando com a sua amiga, né está com ciúmes?
Ficou um silêncio
– Não precisa ter ciúmes eu sou só seu
– O que você está fazendo Carlos? Me deixa ir embora por favor
– Quem disse que eu quero que você vá embora eu te quero só pra mim
– Bom já que estamos casados, eu acho que eu queria dar um tempo, você me entende e respeitaria isso?
–  Nunca, isso é uma coisa que eu não vou poder fazer para você minha linda. Você sabe que sou louco por você, não sabe? Não fica com ciúmes de mim ou estressada
– Louco por mim? Você é doente um maníaco
– E eu te amo! Ele dá um risinho sarcástico
Ele me encara por alguns minutos sentado em um sofá abobora em que estava sentada também, ele observa de longe.
– Acho que você está muito vestida
– Tira suas mãos de mim
– Relaxa eu só vou tirar seu casaco, está calor, olha só esse sol aqui fora.
Dizia ele abrindo as janelas mostrando a luz.
Em seguida ele ajudou a tirar o casaco
– Acho que você está começando a me deixar irritado. Achou que eu ia fazer o que?
– Fica calmo. Olha eu gosto de você sempre gostei e adoro como você me beija também
– Você é maravilhosa, sou completamente apaixonado por você. Você nunca desconfiou?
– Não
– Vem cá, não precisa ter medo, vou a segurar em meus braços e a amaria a noite toda.
Ele tira a blusa dele e começa a beijar, retribuo. Depois ele desce para pescoço e nisso pego uma garrafa de vidro e dou na cabeça dele. Ele cai e desmaia no chão e eu tento me soltara dos braços dele.
Tento pegar a chaves que estava no bolso dele, mas ele acorda a pega em minha mão com força e joga no chão, caio e machuco o braço.
– Jovem o que pensa que está fazendo?
– Me desculpa eu não devia ter agredido você, meu amor! eu me sinto muito mal por isso
– Sente mesmo? Dizia ele com lágrimas nos olhos
– Sim, é claro que sim, vem cá me dá um abraço!
– Para falar a verdade eu só estava chateada, porque você demorou muito para dizer que gostava de mim eu achava que você me esnobasse
– A verdade é que eu não gostava de você, eu sempre te amei, sempre te vi nos meus sonhos. Dizia ele com vergonha. Eu estou um pouco nervoso porque a garota que sempre gostei está aqui na minha casa.
– Essa sou eu?
– Sim é você. Dizia ele com um olhar frio e fazendo carinho em meu cabelos
– Se você me ama, não acha que mereço ser liberta?
– E se você me ama não acha que eu mereço mais um beijo? Pra ser sincero eu vejo em seus olhos que me ama também, se não eu não teria feito tudo isso só para você.
– Sinto muito Carlos, mas isso não é verdade. De fato eu gostei de você no início, mas agora... agora que você me traiu com a minha amiga e isso eu não posso perdoar.

Dizia com lágrimas nos olhos, mas eram de desespero, eu estava todo tempo entrando no jogo dele para tentar lidar com o problema que ele tinha.

Ele se afasta aos pouco, senta no chão, abaixa a cabeça e começa a lamentar e a chorar pedindo desculpas.
– Nesse momento pego as chaves que tinha conseguido abro a porta e saio correndo, sem nem mesmo olhar para trás. Sinto alguém correr bem rápido atrás de mim, mas que de alguma forma não consegue me alcançar.
Paro em um mercado e peço ajuda, mas sinto que Carlos estava ainda me perseguindo e aquilo me apavorava, começo a chorar e mal consigo explicar a situação. As pessoas no mercado se aglomeram e desmaio no meio delas.
Quando acordo, olho aos lados e vejo que eu estava em uma cama de hospital, meus pais estão do meu lado e me veem acordar
– Tem uns amigos que vieram te ver
Quando olho um deles eu não reconhecia, usava barba e óculos, mas aqueles olhos não me enganavam eram os de Carlos, ele vinha com um buque de rosas vermelhas, aquilo me causava um pavor olhar para aqueles olhos verdes de alguém totalmente desiquilibrado
– Estefani! Que bom que está melhor, eu também estou curado, mas ainda não estou curado do que sinto por você. Eu ainda te amo, meu amor!

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