Mostrando postagens com marcador Romance. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Romance. Mostrar todas as postagens

Amores passados

 



Hoje era um dia daqueles chuvosos e que no final da tarde fazia aquele sol no final do dia, o que eu dizia viúva vai casar, e Eveline dizia 

— Até ela menos eu.

Eveline tinha 26 anos e ela era uma mulher bem sucedida, não somente pela suas conquistas e contia de dinheiro, mas por ser uma mulher imponderada, segura e que sabia o que queria. Ela tinha duas melhores amigas chamadas Késia e Esmeralda e juntas formavam um trio. As suas duas amigas eram casadas menos Eveline. Desde que sentiu que um pedacinho do seu coração tinha ido junto da pessoa que ela tanto gostou, ela não deixou de acreditar no amor, mas nas pessoas. Eveline não sabia o que, mas tinha a sensação que minha vida está prestes a mudar

Depois de um longo dia de trabalho no seu restaurante, ela acordou pela manhã e esfrega seus olhos, sentia o corpo pesado, com nariz fungando e muita dor de cabeça e percebeu que estava resfriada. Provavelmente causada por ela ter tomado um banho quente voltou para casa na chuva. Hoje era sexta feira e seria o dia de encontro das amigas. Todas elas iriam para a casa da Késia. 

  Chegando na casa de Késia, Eveline via ambas acompanhada de seus esposos e um homem misterioso que as amigas tinham arrumado para ela, uma atitude da qual Eveline não gostou nem desgostou. Tinha momentos em que ela queria se sentir especial de alguma forma, mas ela sabia que não precisa de ninguém para se alto afirmar. Essa noite elas tinha preparado um jogo de verdade e consequência. Finalmente chegou na vez de Eveline e ela escolheu verdade. Esse homem da qual as amigas tinha convidado perguntou se Eveline já tinha amado alguma vez na vida e de forma sucinta ela reponde.

— Meu único amor chega dá raiva ele de tão bonito, mas um cafangaste adorável. E dá um gole em um suco. —  Aquele até quando meu coração doía por ele, meu coração batia acelerado.

Todos ficaram em silêncio olhando para Eveline e começaram a rir, inclusive esse homem, mas a intenção de Eveline não era de ser engraçado, ela tinha sido dramática.

A próxima pergunta foi para a dona da casa a Késia, então o homem faz outra nova pergunta e foi se ela já tinha traído alguém em um relacionamento. Ela responde que não e volta a girar a garrafa, mas Eveline interrompe.

— Você disse algum coisa, Késia?

— O que? Não eu não disse nada.

— Eu ouvi sua voz dizendo alguma coisa. — Ela olha para todos — Acho que foi um impressão minha.

— Tudo bem! — ela sorrir —  Quem vai girar agora? 

Eveline tinha escutado a voz de Késia dizendo que isso era só um jogo e que ela não poderia falar a verdade, o que fez ela ficar assustada.

O fim da noite chega Eveline é a primeira a se despedir, pois dizia estar resfriada. Esse homem logo pergunta se podia acompanha-la. Suas amigas olham e ficam felizes. Eveline ao chegar no estacionamento esse homem a puxa pelo braço e lhe dá um beijo. Eveline o afasta.

— Olha porque fez isso?

“Vamos aproveitar essa noite nós dois a sois”

— O que você disse?

— Eu não disse nada. Falou o homem confuso.

— O que está acontecendo comigo? 

— Está tudo bem?

— Não precisa me levar para casa eu sei o caminho bem! Boa noite.

No dia seguinte Eveline volta para o seu trabalho e no meio do seu serviço, ela de longe ela via que tinha alguém muito especial a visitando. O Matias esposo da Késia. Eles eram amigos desde novos e curiosamente tinha vindo hoje sozinho no restaurante.

— Que honra te receber aqui

Ele leva um pequeno susto ao olhar para Eveline.

— Ah, oi, Eveline! — Se levanta da cadeira —

— Tudo bom? A Késia está aqui?

— Não. Eu só passei aqui mesmo depois do trabalho para comer algo e onde mais teria uma comida tão boa?

— Ah, mas o que é isso! Gentileza sua. Mas sinto que seu rosto está um pouco desanimado, como você ta?

— Não quero que se preocupe tanto comigo, só estou um pouco cansado.

Eveline sabia que ele não estava bem, afinal eles eram bem próximo e se conheciam desde o tempo de escola. Apesar disso prossegue com a pergunta sobre o que ele iria pedir de comida.

“Meu relacionamento não está bem”

— Você disse alguma coisa?

— Desculpa? eu estava lendo o cardápio.

— Tudo bem, acho que um outro cliente me chamou, eu já volto.

Eveline vai até o banheiro e sente uma forte dor na cabeça, acompanhada de fisgadas fortes. Quando a dor ameniza ela percebe que algo nela estava fora do comum. Ela já vinha percebendo desde o resfriado, que ela tinha desenvolvido uma certa sensibilidade de poder ouvir os pensamentos de pessoas, mas ela não entendia porque isso estava acontecendo, ela não queria isso, mas era algo do qual ela não podia evitar. 

Hora de ir para casa, Eveline encontra Matias em um bar da rua ao lado. De longa ela vigia Matias enquanto ligava para Késia, mas ela não entendia o telefone. Eveline vai ajudar o amigo que parecia estar fora de si, com a cabeça baixa no balcão, uma cena da qual ela nunca tinha visto, uma cena lastimável. 

— Vamos lá, você bebeu muito, vou te levar para sua casa. A Késia não está atendendo ao telefone ela está bem?

— Sabe quando eu pergunto a ela... quando pergunto se a algo acontecendo, ela responde dizendo que eu deveria estar feliz por ela estar do meu lado e fica nervosa. Eu sou um fracassado.

— Por que você sempre está se colocando para baixo, isso me machuca ouvir você falando assim.

— Eu e a Késia não estamos bem, Eveline. Dizia ele com ardor

— Eu meio que já desconfiava disso.

No meio da rua uma moça para os dois.

— Vocês são um casal?  Tem uma promoção no restaurante vocês podem comer tudo que quiserem.

Eveline olha para Matias

— Por mim, vai? aguenta mais um pouquinho? É comida de graça.

Esse é o ultimo ticket vocês foram premiados, quase não vejo passando casais difícil mesmo.

— Você já não tem um restaurante, quer comer mais?

— É... mas aqui tem aqueles croissant doces. Eu só vou guardar toda a comida na bolsa e caímos fora, ok?

Ele dá um pequeno sorriso fraco e vai junto com Eveline.

— Vamos só vamos lá.

Depois de passar no local de comidas eles estava já no caminho de casa juntamente com a sacola com comidas.

— É estranho eu nunca te vi assim. Os olhos dela enchem de lágrimas.

— Desculpa por ter me visto assim. —  Eveline ainda carregava o braço dele enquanto andavam pela calçada até chegar no carro de Eveline.

— Entregue

— Obrigada você é um anjo, Eveline!

Eveline avista Késia com um outro homem dentro de casa e fica sem saber o que fazer, ela liga urgentemente para Késia, mas ela não atendia. Então Eveline sem escolhas torce para as coisas não saíssem do controle. Ainda abalada e surpresa de forma negativa ela volta para casa.

Outro dia passa e as amigas combinam de se encontrarem no shopping. As amigas dela perguntam desde quando Eveline vem tomando remédios e ela diz estar com uma dor de cabeça constante, e parecia ser enxaqueca. Eveline achava pensar que dessa forma poderia evitar ler pensamentos, mas não estava adiantando. No shopping enquanto Esmeralda provava uma roupa, ficam esperando Eveline e Késia.

— Posso conversar com você?

— Sobre o que?

— É um assunto delicado. Bom, sei que posso não ter nada haver com isso, mas você precisa dizer a verdade para o Matias.

— O que? como você sabe?

— Foi no dia que levei ele embriagado e triste para sua casa.

— Tem razão você não nada haver com isso.

— Como pode dizer isso para mim? 

— Você nem me avisou, que tipo de amiga é você? Eu pensei que naquele dia fosse o final de tudo. Eveline, você sabe muito bem que eu nunca amei ele. Eu me casei pela pressão dele ser filho dos amigos do meu pai e ser rico, mas sentimentos, não.

— Eu pensei que você tivesse se apaixonado por ele como passar dos anos.

— Acho que não.

— Mas o Matias te ama, ele merece isso? Você precisa ser sincera com ele, mesmo sendo difícil.

— Sabe de uma coisa, acho que nem a mim ele nunca chegou a amar.

Eveline abaixa a cabeça lamentando.

Eveline sempre que se sentia um pouco para baixo ela ia ao cinema, e já tinha se passado dois meses desde a descoberta. Então certo dia ela resolve ir sozinha como sempre ela ia, mas ali coincidentemente ela encontra Matias novamente, e ali ela ficou sabendo que eles tinham se separado, mas dessa vez não por ler a mente, mas por te visto ele sozinho indo para o cinema. Sentados em bancos distantes, Eveline sorriu para baixo e quando levantou seu rosto e voltou seus olhos para ele, ainda estava lá a me olhar, mas por milésimos de segundos eles desviou seu olhar e voltou a sua atenção para quem estava a sua frente. No final da sessão ela esbarra com ele e o comprimenta.

—  Oi, Eveline! Bom você já deve estar sabendo.

— Eu sinto muito! Na verdade a Késia não me contou nada, ela tem estado distante de todos um pouco.

Era o mês de agosto e fazia inverno, o filme tinha acabado de noite, era por volta das 21:00 horas e um vento frio do lado do cinema passa por eles.

— Minha mão está gelada

— Deixa eu esquentar na minha, ela ta quentinha.

Nesse momento Eveline olha pra ele com olhos arregalados e nesse momento ele larga a mão dela.

“Depois de anos eu ainda tenho vergonha de você” Eveline leu sua mente de que ela tinha sido o seu primeiro amor na escola. 

Eveline evitava ao máximo não ler pensamentos até que por um tempo ela consegui controlar, mas tinha vezes que era mais forte eu ela. Ela queria continuar fingindo que não sabia de nada. Ela tinha sido o amor dele, mas no preterido, ela não é mais o amor dele, já foi um dia. Mas ela se perguntava porque quando ele segurou na mão dela ela se sentiu assim. Eveline começa a lembrar dos momentos deles na escola, como ele era um garoto tímido e gaguejava toda vez que ia fala com ela e ainda trocava as palavras. Ele continua sendo, especialmente com ela, e ela nunca tinha dado atenção para perceber isso. 


Flashabk


 —  É...  — ele rir —

Eveline dá um beijo cálido 

ele não expressava a felicidade em um sorriso, mas em seu olhar eu via  o quanto estava feliz

— Já disse que amo o seu cheiro? Por isso lhe trouxe uma flor que representa seu aroma.

— Já disse que tenho o melhor amigo do mundo inteiro? Obrigada, Matias!

E da outra vez na adolescência que ela terminou o seu primeiro namoro.

— É sério? Ele pigarra  e fica serio — Sinto muito.

Na época ela só pensava em conhecer garotos que tivessem papo afiado, que causassem uma emoção, mas sendo que o amor não é unicamente isso, só aquele sentimento que te proporcionam bem estar, mas também é mente e ele sempre foi uma pessoa maravilhosa.

— Já está tarde, vamos, te levo até em casa.

No caminho eles foram conversando.

— Eu vou te falar, porque não sei se tem consciência, mas você está me olhando e tocando, está me deixando estranho.

— Eu to te assutando, né! me desculpa é porque eu estou um pouco reflexiva. Ela não sabia disfarçar ela sabia de tudo estava bem no rosto dela.

— Sobre o que?

—  Eu estava pensando... ninguém mostra os felizes para sempre depois. No início são sempre flores, mas e depois?

— Como não gostar de você, e não ser flores pra sempre, você é perfeita.

—  Bobagem não existe ser humano perfeito. Mas me refiro ao sua situação.

— Nós tentamos, mas a verdade é que agora eu penso que as coisa foram acontecendo e eu me acostumei com a ideia de formar uma família e tudo mais. Nos fomos felizes por um tempo, mas ela decidiu tomar esse rumo. 

— Uma hora você precisa vai se recompor. Que tal trabalhar comigo no restaurante, até pelo menos achar o que você realmente quer de novo.

— Que um advogado como eu conceituado vai trabalhar no meu restaurante?

— Metido.

— Obrigada pela proposta eu pensarei.

— Obrigada por te me trago, Fica bem estarei torcendo por você sempre.

— Obrigado, se cuida e não esquece de trancar a porta.

Ela agradece e dar um sorriso.

  De manhã cedo tinha uma mensagem de Matias, respondendo a ela se ele tinha chegado bem em casa e dali em diante eles começaram a conversar sobre a possibilidade dele vir a trabalhar no restaurante dela, já que ele tinha sido demitido depois de ter se separado. 

Vinha no pensamento dela como ela fala com ele todo dia e não se cansa? Ela lia o pensamento de que ele também não se enjoava. 

— Porque ta me olhando?

— Eu meio que tinha me esquecido de como era me sentir assim.

— Com essa empolgação em começar a trabalhar e principalmente em algo diferente.

— Ok, que susto. Eu vou receber os clientes.

Ele tira a xuxinha do cabelo dela soltando-o e limpando o rosto dela sujo de farinha branca.

— Pera ai antes deixa eu te ajeitar.

Porque tão cuidadoso? Ela percebeu que secretamente ele sempre cuidava dela, mesmo que ela olhe para o lado e não via ninguém. Esta capacidade de ver através das pessoas, juntamente com suas habilidades de inteligência e observação, pode torná-las intimidantes para os outros, inclusive para mim. De alguma foram depois de ficar sabendo dos sentimentos dele por ela, através do pensamento fez ela se sentir bem. Disfarçadamente ele olhava para Eveline durante as horas de trabalho.
        Quando fechou o restaurante por volta das 23:h ela vai de encontro a Matias para de despedir. No carro ela vai refletindo junto com sua amiga Esmeralda. Eveline dizia também ter começado olhar pra ele com o mesmo olhar. Esmeralda dizia que ele talvez percebesse isso, mas sabia também que não poderiam ficar juntos mesmo depois de anos. Apesar de tudo Esmeralda também dizia que já tinha se passado muito tempo e que o sentimento tivesse mudado e se transformado em amizade.
     Passou-se um certo tempo, em uma noite chuvosa, quando Eveline já estava dormindo, alguém batia e aperta a companhia da casa de Eveline ela atende. Ela leva uma toalha para Matias.

— O que aconteceu?

— Eu descobri. Ele dizia ainda na porta. Aquele cara que ela apresentou a você era na verdade amante da Kesia.

— Entra vai ta começando a chover. Os raios estavam começando a aparecer e a janela já embaçavam os vidros.
— Eu não acredito, que idiota eu sou como não notei isso?

— Por mais que eu conheça ela a anos, eu não sei o que dizer. Como ficou sabendo?

— Não importa mais.

— Coisas do coração realmente complicadas, eu acho.

Pararam por um minuto de falar e ele a escara.

— O que você pode falar. Talvez você procurava amores que poderiam não dar certo, por medo do amor de verdade. Talvez algumas pessoas tenham vergonha ou medo de serem românticas se expressar sei la.

— Do que você ta falando?

“Desde que eram jovens eu sempre gostei de você. Eu vivi bem sem você, mas não o melhor que podia estando ao seu lado você nunca percebeu”

O eu te amo quase ela falou e se perguntava porque essa palavra insistia em soar na minha mente toda vez que estava com ele? 

  Depois de horas conversando Eveline acaba pegando no sono e ele voltando da cozinha para mais uma xicará de café encontra ela sonhando falando em voz alta algo engraçado ele começa a rir a tossir. Ela de repente acorda coloca a mão na cabeça de Matias e ele estava com febre.

— Você precisa se deitar, depois dessa chuva você deve ter ficado resfriado.

— Eu to bem com meu café.

Eveline senta na ponta da cama. 

— Quer que eu fique aqui?

— Aqui na cama? Ele gagueja. 

Eveline balança a cabeça, mas se levanta para ir buscar pano gelado para colocar na testa dele.

— Gosto de você aqui.

Eles se olham como se mais nada no mundo importasse como a ternura daquele momento.

—  Sabe, eu posso te contar um segredo e promete não me achar maluca? 

— Eu prometo.

— Na verdade eu tenho o dom de ler pensamentos.

E ele para ela, como se ele tivesse o poder do olhar, sobre ela.

— Verdade?

— Sim

— Pode ler o meu nesse momento?

— Meio que não é quando eu quero, só vem na minha cabeça o que a pessoa está pensando.

— Talvez por não controlar ainda?

— Eu não sei.

— Bom, sabei que eu pensei? Eu pensei muito nisso. Como te falar isso... eu te amo! Mesmo quando não te conhecia, mas mesmo assim vi algo em você, na época que estuávamos nós três. Deixa eu amar você?

Ela fica surpresa pela confissão dele por ela. Uma lágrima cai em um dos olhos de Eveline.

— Eu gosto de você. Ela sorriu. Na verdade mais que gostar, eu amo você. Toda vez que te olho essa palavra vem a minha mente. A verdade é que eu pudesse escolher de novo eu ainda escolheria você mil vezes ainda.

— Te amo todo dia

Ele hesitava antes de beijar. Ela o beija, mas ele evita e a afastando.

— Isso não ta certo.

Ela beija a bochecha dele, depois mais para perto do queixo e por ultimo. Ela faz uma pergunta.

— Devo continuar

— Aram.

E ela o beija.

— Mesmo se não quiser mais, eu te devia esse beijo. Eu era tão jovem, me desculpa por ter te deixado passar, escapar das minhas mãos. As vezes não temos noção sobre o que causamos em uma pessoa.  

  Com isso passou um tempo e Eveline conversou com Késia, ela disse que Eveline poderia ser feliz, pois ele sempre falava dela na adolescência, disse ainda que ela teria atrapalhado o destino deles.

Por outro lado uma mensagem no celular surgia dizendo: seria pedir demais um abraço seu agora, me cairia bem, to quase abraçando o celular por sua culpa 

PS: Queria te agarrar e te encher de beijos.

Ela respondia: 

Você é o homem mais doce e gentil que eu já conheci.

PS: Te encontro no parque.

Eles se encontraram em um parque harborizado para um piquenique, deitou no peito dele enquanto estava no

— Como me apaixonei tão inesperadamente, você é o meu sonhos agora, é tão incrível como tudo aconteceu o que passamos

Enquanto ela faz ele ficar envergonhado — Já disse que te amo?

Mal ele podia acreditar está ouvindo aquelas palavras.

— Amo tudo em você e até seus defeitos são perfeitos.

Será ele?



Era uma manhã chuvosa e tinha cheiro de terra molhada. Sofia olhava da janela e sentia bater um vento muito frio. Ela observava as ruas molhadas e os carros passando simultaneamente de um lado para o outro. O ambiente podia não ter nada a ver, mas nesse mesmo momento veio o pensamento em Joaquim, um garoto de quem ela gostava. Com um sorriso no rosto, ainda seus pijamas e muita preguiça ela deita novamente na cama desfazendo o pensamento nele e se concentra no que iria no dia de fazer hoje. De repente ela lembra que tinha se inscrito em um curso de férias de inverno, de culinária na casa da Dona Luiza e hoje seria o primeiro dia de aula. Sofia ao se lembrar dá um pulo da cama e vai correndo tomar um banho e se arrumar. Sofia diz para a avó que estava muito atrasada e toma somente um gole de suco, mas sua avó reclama e fala que ela ira sentir fome mais tarde e pede para que ela comece mais alguma coisa antes de sair. Então Sofia pega uma fruta e se despede dando um beijo com muito carinhoso em sua avó e sai com muita pressa. Sua avó sorrir pedindo para ela fosse mais devagar.
Começa a chover e Sofia vai na chuva por ter esquecido seu guarda-chuva em casa. Ela anda uns quatro quarteirões até chegar à casa da dona Luisa, uma famosa confeiteira do bairro. Chegando lá ela viu várias jovens meninas, mulheres até mesmo homem saindo de dentro da casa dela com uma bandeja de bolo na mão. Nessa hora Sofia põe a mão na cabeça e pensa que não tinha acreditado, por ter chegado atrasada e a aula já tinha terminado, porém mesmo assim, Sofia resolve ir até lá para tentar explicar a dona Luisa. Sofia deixa as pessoas acabarem de sair e sobe uma escadinha, que tinha da entrada da casa da dona Luísa e que dava direto na porta de entrada para uma sala. Sofia explica que tinha vindo para a aula. Dona Luísa a interrompe e fala que as alunas dela não perdem aulas e assim pede para que ela entrasse. Sofia fala que não quer incomodar e que pode voltar amanhã já que o discutido foi da parte dela. Dona Luísa fala que de jeito nenhum incomoda, pois é um prazer para ela dar aula, pois a paixão dela é cozinhar. Ela rir e continua dizendo que não tem compromisso há muito tempo, pois cozinhar era a vida dela. Sofia agradece e entra junto com a dona Luísa. A casa era bem grande e muito linda, a cozinha estava com várias cadeiras por causa da aula, mas dona Luísa fala que já que só tinha ela, Sofia poderia sentar nos bancos do balcão da cozinha para ver mais de pertinho, Sofia então sentou pegou seu caderno e caneta e ficou prestando atenção no que iria ser dito. Dona Luísa pergunta o nome Sofia e ela se apresenta. Dona Luísa chama pelo nome de Sofia e fala que hoje iria ser a prática, pois ela estava querendo fazer uma torta para seu filho e queria uma mãozinha. Sofia fica animada em poder ajudar. Ela coloca o avental, prende o cabelo e mão na massa. Enquanto elas estavam preparando dona Luísa diz que seu filho mais novo estava no quarto brincando de videogame e o mais velho estava na rua.
Sofia era uma menina muito inteligente, responsável e compenetrada. Quando elas finalmente terminam dona Luisa a elogia. Elas se sentam para descansar e conversar, até que de repente dona Luísa ouve o som da porta da sala bater e fala que deve ser seu filho chegando. Enquanto ela foi atender Sofia tira seu avental, lava a mão suja de farinha e solta os cabelos. Quando Sofia se vira ela olha o filho da dona Luísa falando que o cheirinho estava muito bom. Sofia sorrir satisfeita e surpreso seu filho pergunta quem era ela. Então Sofia se apresente e fala que é um prazer o conhecer e o cumprimenta com um aperto de mão cordial e amigável. Ela explica que tinha começado na aula hoje e ajudou a mãe dele a fazer a torta de maçã. Ele fala que é um prazer conhecê- la e diz seu, que é Natanael. Logo de cara ele lançou uma cantada do tipo, "bom o bolo eu já sei que você sabe fazer e beijinho você sabe?" Bom logo de cara Sofia notou que ele era um garoto imaturo e que se achava, ela fica séria e responde que primeiro de tudo não era bolo e sim torta e completa meio sem graça que é claro que ela sabe fazer docinhos também. Dona Luísa aparece rir e pede para que a Sofia não caísse nessa e Sofia diz que tem que ir embora já. Dona Luísa pede para que se ela pudesse não atrasar amanhã, pois iria ter receita nova. Natanael a acompanha até a porta, Sofia da um tchau seco e ele fica olhando até ela virar a esquina e sumir.
Sofia chegou em casa, tirou o casaco e o jantar já estava pronto na mesa. A avó dela pergunta com tinha acontecido. Sofia responde que tinha trazido um pedaço de torta e sua avó comemora e assim as duas sorriem. Sofia continua dizendo que não sabe se vai continuar indo, pois não foi  muito com a cara do filho dela e ela pergunta o que ele tinha feito. Sofia responde que ele era inconveniente e chato, ainda comentou que a dona luisa dizia que ele não gostava de estudar e era irresponsável. Sua avó ficsurpresa com tantas qualidades que ela havia apontado no menino e diz que ela estava estava se importando demais e pergunta se o menino irresponsável não tinha mexido com ela? Sofia rir e nega. "claro que não". Sua avó diz que o amor é assim, você tá muito bem e quando você menos espera ele vira na esquina e te carrega. Sofia escuta, mas diz que ela gosta de Joaquim, na cabeça de Sofia eles já até namoravam.
            No dia seguinte ela volta à aula de culinária e consegue assistir à aula desde o inicio. Como Sofia tinha sido a última a acabar o bolo, dona Luísa sai da cozinha por uns instantes para ver uma coisa já voltava. Enquanto isso Natanael chega na cozinha e sorri. Ela pensa que ele deve esta perseguindo ela. Natanael a cumprimenta senta em uma cadeira próxima a Sofia e começa a olhar para ela. Ele começa a conversar acaba fazendo ela rir. Apesar de tudo tinha um senso de humor invejável, tinha que admitir. Até que ele solta uma cantada do tipo “Quantas noites se leva para contar as estrelas? Este é o tempo que levaria para medir meu amor por você.” E lhe entregou um rosa e se aproxima dela. Sofia responde "Que amor você está falando? até seria legal se você não tivesse me conhecido ontem". Ele pergunta se ela não acreditava em amor à primeira vista. Ela acaba com o papo. Se ele pensa que com essas palavras vai conquistar ela, está muito enganado. Natanael então pede desculpa por ter se aproximado e pergunta o que tinha feito de errado. Ela fala que nada, só que o coração dela já tinha dono, ainda disse que nada do que ele fizesse iria fazer ela sentir algo por ele. Mesmo levando um fora ele não media esforços para tentar conquista o coração dela, ele estava disposto a tudo por ela, arrastava caminhões por ela, pois apesar de estar sendo um desafio para ele, ele estava mesmo começando a sentir algo por ela.
             Algumas semanas se passaram e Natanael tinha feito de tudo para conquistá-la, mas nenhum sucesso. Quando Sofia estava indo para mais uma aula de culinária na rua ela reconhece Natanael de longe e vê que ele estava metido em uma confusão, ela fica muito preocupada vendo que ele estava apanhando de um cara e corre para defender ele. Chorando Sofia pede, por favor, para que parassem de bater nele. Quando Natanael vira, ele olha para Sofia e se solta dos braços do amigo e começa a rir. O amigo de Natanael explica que eles não estavam brigando era só brincadeira. Sofia pede desculpa pelo engano e diz que ficou assustada, pois tinha pensado que ele estava batendo em Natanael e ela finaliza dizendo que garotos têm um jeito horrível de se cumprimentar dá de ombros sai andando. Natanael deixa o amigo e segue Sofia no caminho, ele fala que não deixou de notar que ela tinha se preocupada com ele, Sofia diz que faria isso por qualquer um.
         Ele abra a porta pra ela e diz que dessa vez ela tinha chegado um pouco cedo, pois a sua mãe, dona Luisa, tinha saído para comprar alguns ingredientes e que não demorava, mas que ela poderia esperar na sala. Na televisão da sala passava um filme, ele comenta "Que cheiro gostoso, que perfume é esse?" Sofia responde "É um perfume à base de lírios" ele repete "Lírios" e vai até ela sentir seu aroma, ela o interrompe e diz que vai embora, ele pergunta "Por que quer ir, tem alguém a esperando?" Ela fala "Não mais..." Ele fala, "Estamos super bem aqui. Que tal... o que acha de falamos sobre nós" Sofia pergunta "Falar o que sobre nós?" Ele pega na mão dela e fala "foi maravilhoso te encontrado você" Natanael beija a mão dela "para você não?" "Bom" Natanael fala, "então vamos aproveitar isso, ficarmos juntos, nos amarmos." Ela levanta "não vai embora" ele vira o queixo dela de leve e fala "caramba você me deixa louco, não sabe como me encanta. Eu sei que você sente o mesmo, não é possível que eu sinta isso sozinho" Sofia responde "por favor"   Natanael diz " por favor não vai embora" ele coloca suas mãos sobre o rosto dela, eles se olham e acabam se beijando, um beijo com muito caloroso. Ele fala que a ama, de repente ela leva um choque de realidade e fala que realmente tem que ir. Natanael fala que eles poderíam ter alguma coisa muito linda e que os seus olhos diziam tudo, mesmo não. Por ele ser um cara irresponsável ela não levava fé nos sentimentos dele. Ela pede desculpa se ela tinha o feito pensar que eles poderiam ter alguma coisa entre eles, ela bate a porta e ele começa a chorar e pensa que tinha feito burrice novamente. Sofia chega em casa chorando e vai direto para seu quarto e quando se dá conta ela não estava mais pensando em Joaquim, mas sim no beijo de Natanael que a tinha deixado muito balançada, passou pela sua cabeça também em como ele era, em que ele não levava nada a sério. Ela não queria gostar dele, mas ele era tão lindotão charmoso e engraçado, ela gostava dele, mas odiava ao mesmo tempo, nunca tinha acontecido isso antes e por isso ela chegava a se sentir uma boba por issoNatanael enquanto isso desabafava com o melhor amigo sobre o quando ele amava Sofia e nunca faria nada que a magoasse, mas ela entendeu tudo errado, o que ele faria agora, não poderia perder ela.
        Passou as férias e Sofia estava indo para escolaQuando reviu Joaquim, aquele dito cujo a qual ela sonhava em ser seu namorado um dia. Ele finalmente notou ela e Sofia ficou surpresa, mas não feliz, ela não sentia mais o mesmo por ele, algo dentro dela tinha se apagadoEle veio cumprimentar ela no patio. Ela rapidamente pergunta se Joaquim sabia alguma cantada boa. Joaquim fala que não é de cantada, mas é de atitude e chega se aproximando dela. Ela o afasta e fala que realmente não tava perdendo nada, só o tempo de ficar sonhando com ele e sai deixando ele sozinho sem entender nada.
            Sofia estava em casa estudando e ouvi a campainha tocar. Quando ela abre a porta era Natanael falando que ela tinha esquecido o casaco na casa da mãe dele. Sofia até tinha se esquecido do casaco e agradece fechando a porta. Ele fala que ela tinha esquecido uma outra coisa e ele mostra um ursinho. Ele pede desculpa pela insistência e se ele tivesse a ofendido de alguma forma, ele poderia ajoelhar ali mesmo. Ela rir " você ta rindo?" ela o abraça "tenho vontade de te guardar em um potinho" Natanael pede ela em namoro. Ela aceita, afinal de contas ele tinha tudo para ser o cara errado, mas acabou se tornando o certo, mesmcom todos os seus defeitosporém ela sabe que ele nunca vai mudar, nunca vai deixar de ama-la, mas ela gosta dele do jeitinho que ele é.

Quero que você me aqueça nesse inverno



           Ganhei uma bolsa de intercâmbio de idiomas para estudar na capital cultural canadense, Montréal, na Costa Oeste. Com muitas opções de museus, festivais e gastronomia ao longo de todo o ano. Todas as cidades canadenses têm clima gelado. Confesso que senti falta do solzinho e calorzinho do Brasil e também do calorzinho da minha família, mas aqui eles amam migrantes, era uma família gentil e acolhedora. Vim morar com uma família anfitriã a partir de um programa conhecido como host famliy. Este consiste em uma família receber e abrigar estrangeiros em sua casa. Eu ficaria com a nova família um mês. A família com quem eu me instalei era composta por três pessoas a senhora Nadie, senhor Edgar e seu filho Stenffor.
— Seja bem vinda, Aryanna. Mostravam uma plaquinha no aeroporto com o meu nome.
O curioso é que a Língua materna dessa família era o francês, mas eles moravam na região do Canadá em que se fala o idioma do inglês e posso dizer que pronunciavam perfeitamente e brilhantemente. Uma língua na qual demorei um tempo aprendendo e praticando e aqui estou investindo mais uma vez neste intercâmbio de idiomas. Bom a primeira coisa que reparei quando cheguei foi sentir o vento batendo nas arvores de folhas secas e as famosas folhas de bordo pelo chão. Soprava um ventos gelado por toda parte.
— Bom, Aryanna esse vai ser o seu quarto, não se preocupe eu coloquei novas roupas de cama. Espero que goste. Esse quarto na verdade é do meu outro filho ele é bem organizado estava tudo já bem arrumadinho.
— Não sabia que tinham mais um filho.
— Não se preocupe ele viajou de férias, pode ficar à vontade neste quarto.
O quarto ficava no primeiro andar, no corredor debaixo, o que fazia ser de fácil acesso para a cozinha, para porta de entrada e para o banheiro, além de ser muito aconchegante.
Nesta manhã eu comia pão com geleia de morango. Meu pensamento ainda esta manhã era realizar o meu sonho de ver a neve, mas o tempo só permanecia gelado. Descarrego o resto da minha mala. Ligo para os meus pais contando todas a novidades e peço para que eles não se preocupassem e prometo me alimentar bem, já que eu não sentia quase fome. Ouço a porta do meu quarto bater. Era Stenffor avisando que o jantar estava pronto. Me sento a mesa com a família e todos me olham admirados.
— Como está bonita, Aryanna. Elogiaram a senhora e o senhor.
— Olha eu vou ter que concordar com a minha, mãe. Dizia Stenffor ainda mastigando a comida.
— Ah, o que é isso, eu só me arrumei um pouquinho, acho que é uma ocasião especial já que é a nossa primeira refeição juntos.
— Você é uma querida. Disse a senhora
— Já que está tão bela essa noite, a senhorita aceitaria a minha companhia para caminhar um pouco? Dizia Stenffor.

— Esse é o meu filho. Dizia o senhor e todos riam a mesa.

— Eu achei uma ótima ideia, eu adoraria.

— Você tem cara de ter muito pretendentes. Dizia a senhora
— Não deixe a menina sem graça, que pergunta indiscreta. Dizia o senhor irritado

— Quando tiver que acontecer acontecerá. Todos concordam.
Nos levantamos da mesa e agradeço mais uma vez pela recepção e pelo jantar.
— Coloquem casacos mais quentes. Dizia a senhora. — De noite vai fazer mias frio.

Pelas ruas caminhando via estações de trem antigos, becos, arvores secas, mas era tudo tão mágico me sentia naquele filme a princesinha em que sonhava tanto que chegava parecer real e o frio, mesmo com casacos grossos eu me sentia como os pobres meninos que limpavam chaminé pela manhã cedo. A vista a noite parecia meio sombria, parecia cenário de filme antigo, mas tudo com uma aparência poética e inspiradora.
          Mais tarde deito em minha cama. Ouço um barulho vindo da cozinha, um som que incomodava. Além disso tinha a impressão de que a porta de entrada estava se abrindo. Rapidamente tranco a porta do meu quarto e tento olhar pela fechadura o que estava acontecendo na casa. Me encorajo, abro a porta e com cautela olho aos redores. Chego com calma até a cozinha pego uma frigideira que estava na bancada. Acendo as luzes e dou um grito quando vejo um rapaz sentado comendo uma tigela de sucrilhos. Instantemente em choque deixo a frigideira cair no chão, o que fez causar um barulhão. Enquanto o suposto rapaz levava ainda calmamente a colher até a boca. Ele para o que estava fazendo e só levanta as sobrancelhas com o meu grito. Como se não se importasse continou a comer.

— Quem é você?  Pergunto com olhos crescidos.
— Pergunto o mesmo, quem é você?   — pergunta brandamente — 
Ele se levanta

— Não se aproxime. Eu tenho uma frigideira na minha mão.

— Ah, é! uma frigideira?

com medo e assustada evitava encarar seu rosto e os olhos dele.
— Sim, estou segurando uma
  E você quer me machucar?
E dessa vez consegui olhar para ele.
Ele parecia ter a mesma idade que a minha. Percebo por um momento que ele estava olhando para o nada e não diretamente para mim.
— E agora você deve estar me encarando.
— Isso na sua mão...?
— Não é uma arma, eu uso isso para me guiar. Vamos lá, sim eu sou cego. Sorri com um tom irônico.
— Me desculpa. Agora eu lembrei, você por acaso deve ser o outro filho do casal de senhores?
— Volto a perguntar e quem é você, garota?

Todos da família acordam com o barulho e chegam até a cozinha perguntando o que tinha acontecido. Até que eles ficam surpresos também ao ve-lo.

— Kaio, isso são horas de chegar?  Dizia o senhor
— Nem nos avisou que estava chegando. Dizia a senhora
— Você levou susto Aryanna? Perguntava Stenffor
— Tira ela daqui, seja quem ela for, que desconfortável estar com alguém assim que vive gritando.
Todos ficam de mãos atadas e se entre olham vendo Kaio se apoiando nos móveis para se locomover do local rejeitando ajuda indo em direção a sala. Até que ouvimos um grito vindo do quarto. Todos apavorados vão correndo socorre-lo.
— Que cheiro de flores são é esse no meu quarto?
— Querido, não sabíamos que você iria voltar tão cedo de viagem, recebemos essa moça em um programa de intercâmbio. A Aryanna vai ficar aqui por um mês, então aceitamos que ela se acomodasse aqui e no seu quarto. Você não está chateado, está meu filho?
— Eu durmo na sala.
— Cara, dorme, no meu quarto. Dizia Stenffor, mas é ignorado por Kaio que passou direto para a sala mau humurado constante. Ele busca suas malas na cozinha enquanto eu ainda permanecia parada sem reação.
Agora ele pega um pedaço de pão, ainda sério e passa por mim direto.
          Todos da família se desculpam pelo o que tinha acontecido, exceto Kaio, que já estava deitado. Ninguém tinha me falado dele na profundidade de que ele era deficiente visual, apesar de respeitar a privacidade da família. Não o culpo ser assim ou estar assim.
          De manhã cedo desperto e a primeira coisa que faço é abrir a cortina da janela, ainda com sono me deparo com o meu sonho sendo realizado, estava nevando. Corro para fora empolgada como uma criança que acabou de ver um doce. Ainda de pijamas, visto antes um casaco por cima e vou assistir a chuva de neve caindo por todos os lados, parecia estar dentro daqueles globos de neve. Sentia aquele geladinho caindo em minhas mãos derretendo e virando uma água gelada. Ainda saltitante, todos da casa acordaram e me observavam da janela felizes.
          Dentro de casa a senhora acorda Kaio que ainda se encontrava coberto dos pés a cabeça ainda dormindo. Ela o acorda dizendo para participar do café da manhã.
— Filho, está nevando lá fora
Não obtinha nenhuma resposta e a senhora ficava com uma expressão triste. Stenffor tira o cobertor a força.
— Já falei para me deixarem. Ele se cobre novamente.
          Enquanto isso penso sobre as histórias, lugares que visitei, aventuras que estão gravadas no  meu coração, amizades que cultivei. 24 anos e ainda me sinto uma garotinha aqui vendo a neve. Ainda tenho muito o que evoluir, as vezes eu não amadureci foram as pessoas que me conheceram melhor.
Quando entro para casa o rapaz misterioso filho da senhora Nadie, ainda estava isolado e coberto no sofá parecendo estar dormindo, pensava que ele pudesse estar cansado da viagem. Me sentia mal por tudo isso, e que não quisesse falar comigo agora. Entro para o meu quarto, estava ansiosa para sair conhecer lugares a luz do dia. Mais tarde vejo opções de lugares e lojas em que poderia ir visita perto do curso. Me arrumo e abro a porta do meu quarto. Vejo alguém na cozinha e vou até lá avisar que estaria saindo. Me deparo com uma cena que partiu o coração. Vejo Kaio procurando por algo que estava bem na sua frente dele. Ajudo a ele a encontrar e seguro a mão dele.
— Me desculpa se eu te causei tanto incomodo não era a minha intenção provocar tanto transtorno. Olho para ele e via que tinha uma aparência bonita.
Ele solta a minha mão
— Eu não sou nenhum bebê
— Me desculpa mais uma vez se te ofendi.
— Obrigado. Eu vou para a minha cama no sofá.
— Eu vou para a minha primeira aula. Poderia avisar aos seus pais por mim por favor?
  Onde pensar que vai, sua maluca? — Ele segura o meu braço de forma firme. —
— Porque?
— Só pode ir embora quando o tempo estiver bom. Nessa época do ano as ruas ficam interditadas por conta da neve. Diz Kaio e sai da cozinha.
Agradeço tentando fazer com que a minha voz o alcançasse a distância em que ele já estava longe de mim.
— Obrigada pelo aviso.
Tiro meu cachecol, tiro minha touca, tiro minhas luvas e sento novamente na minha cama ainda frustrada e lamentando não por não poder sair. e por ter ainda tantos planos de visitar os pontos turísticos da cidade. Por hora continha a minha ansiedade e pensava no que poderia fazer agora nesse tempo. Olho para o relógio, em volta de todo o quarto, e penso como não tinha desconfiado antes de um quarto com todo esse fácil acesso. Resolvo fazer um chocolate quente. Antes de abrir a porta ouço a senhora falando alguma coisa do lado de fora e acabo ouvindo. 
— Estarei lá em cima, qualquer coisa pode me chamar
— Eu estou bem, mãe. Ela dá um beijo afetuoso
— Ficou a marca do meu batom na bochecha, deixa eu tirar
  Não, deixa deixa eu gosto.
Ouço ela sorrindo com a reação do seu filho.
Em seguida ouço o som de um piano, uma música tão emocionante que chego a fechar os meus olhos sentindo aquela melodia que tocava meu coração. Era de arrepiar, dava para ver que era algo que ele gostava de tocar.
— Alguém está aqui?
— Eu estava no meu quarto e ouvi um som muito bonito chegando até lá. Não me contive e quis ver quem era.
  Não é nada demais. Respondia Kaio.
  Aliais, parabéns! você toca muito bem! Eu também toco violão.
— Você sente pena de mim, ou é maluca?  Perguntava ironicamente
— Digamos que foi um elogio sincero.
— Está flertando comigo por acaso?
— O que? Eu? Não. Digo assustada e surpresa pela pergunta. Não tinha pretensões de ser engraçada, mas ele sorrir.
Sempre tive um senso de humor, mas não sei se chego a ser engraçada de fato, o mesmo era ele. Kaio era sério, fechado. À primeira vista parecia retraído, ser tímido no início assim com as pessoas que não conhecia, mas que as vezes sorria e era lindo! neste instante fazendo ele sorrir me fez ficar feliz também.
— Você é brasileira? o que te traz aqui?
— Era uma vez uma menina que viajou para estudar inglês. Então ela ganhou uma bolsa para estar aqui.
— Boa sorte para ela e na sua trajetória. Ele volta a tocar o piano. Me deixava curiosa saber como tocava tão bem, mesmo não enxergando, realmente ele tinha um dom.
— Ela agradece. Respondo e em seguida vou para o meu quarto.
— Você ainda ta me observando não está?
— Estou, quero ouvir você tocar mais. E mais uma vez consigo tirar um meio sorriso enquanto ainda ele tocava.
          No dia seguinte consigo ir para a escola de línguas. No meio do caminho voltando para casa encontro dentes de leão, que tinha na rua em que estavam morando. Hoje eu vestia um sobretudo marrom, uma blusa amarela de gola alta por baixo, saia, meia calças e botas de cano baixo. Na entrada da casa vejo já de longe Kaio sentando na varanda em um daqueles bancos de madeira que parecem ter tirado de praça, mas de balanço. Estava ele sentando e usava uma blusa de manga longa com listras grossas da cor azul clara e escura com um número atrás, vestes pouco menos pesadas que as minhas, golas brancas para fora e uma touca preta deixando uma parte do seu cabelo de fora. Eu me aproximo dele. Ouço ele falando sozinho e pensava “Será que ele sabe que não tem ninguém aqui?” "Será que deixaram ele falando sozinho?"

— Kaio? — Ele olha assustado — É a Aryanna, tá tudo bem?

— As pessoas as vezes quando perguntavam se estava tudo bem de alguma forma piorava as coisas que estava sentindo. 

— Me desculpa.

 — Não gosto de fazer ninguém se preocupar comigo. Principalmente as pessoas sentem pena de mim

— Eu acho que o mais importante é você não sentir pena de si mesmo.
— Eu só estava treinando o que falar. Dizia ele gaguejando parecendo sem jeito.
— Hum. Bom vou soprar os dentes de leão e fazer um pedido. Voaram em cima de Kaio
— O que é isso no meu rosto?
 coloco a mão na minha boca e sorrio
— É que voaram em cima você algumas pétalas do dentes de leão.
— Da rua são sujos.
— Você me permite tirar?
Kaio balança a cabeça indicando que sim.
Com graça tiro uma por uma por uma que estava no seu cabelo.
Kaio repentinamente segura minha mão.
— Porque está segurando minha mão?
— Você ta demorando muito a tirar — Pega meu pulso e o afasta de seu cabelo. Ele balança e chacoalha seu cabelo como um cachorrinho molhado retirando todos de uma vez.
— Vamos entrar, o almoço já está pronto. A mão dele sobre a minha, sentia como se fosse pequena eletricidade, o quentinho de sua mão que mesmo no tempo frio me acalmou.
Cada vez ficava mais curiosa sobre Kaio, gostaria de saber o que aconteceu para que ele não pudesse enxergar mais, mas como saber se era um assunto tão delicado? O que eu sabia era que ele se mostrou contraio do que era, por mais mal-humorado que pareceu, eu sabia que no fundo ele parecia ser uma pessoa doce.
          Na hora do almoço pediram hamburguês por ser uma comida universal e que tinham certeza de que eu iria gostar. Todos sentados à mesa, inclusive pela primeira vez o Kaio estava sentado com a gente.
De forma tragicômica ele suja toda a sua boca de molho. Um detalhe é que parecia que ele estava sempre com muita fome. Como eu estava do lado dele a sua mãe pede que por gentileza que eu pudesse limpar a boca dele. O que criou um momento embaraçoso, em que eu negava com medo da reação de Kaio, mas todos apontavam silenciosamente com mimica para que eu fizesse. Por pressão acabo passando um guardanapo nele de forma rápida. Ele se vira para a minha direção sério e espantado e eu hesito e não volto a limpar outra vez o que faltava.
— Era para eu fazer isso para uma garota.
— Você pode. Sujo a minha bochecha com molho. Pego às mãos dele e trago o guardanapo até o meu rosto e passo de leve. Ele fica sem reação com a atitude, mas ao mesmo tempo parecia ter gostado e querer sorrir, mas se continha.

Todos da família sorriam com graça.

— Você está sorrindo? — Ele perguntava —

— Estou, como sabe?

— Suas bochechas.

Todos da mesa sorriam e voltamos a comer. Me sentia orgulhosa mais uma vez por conseguir faze-lo sorrir. Fazer uma da qual não obtinha muitas expressões a sorrir era uma conquista.

         Mais tarde Kaio vai para o quarto de Stenffor. 
Lá eles tentam jogar algum videogame.

— Então eu vi o que aconteceu no almoço

— Hum. Ela só foi gentil.

— Me parece que ela gosta de você
— Quem seria a mulher maluca em gostar de mim?

— Não sei não, ela parece ser uma maluca bem bonita!
Kaio se dá um tapa no próprio rosto se perguntando se estava sonhando e que não podia acreditar. Stenffor enquanto isso ria.
— Sabe o que eu sinto Stenffor. Parece uma esperança que se acendeu. Misturada a ilusões de meninice, sorrio em pensar nela, mas cedo estava treinando como falar com ela. O devo fazer? Esquece isso é bobeira.
— Muita calma nessa hora irmão. Você tem potencial, você é muito charmoso. Agora vou te dizer o que tem que fazer....
          Mais tarde vou a cozinha pegar alguma coisa para o lanche da tarde encontro Kaio tentando abrir um pote com tampa vermelha.
— Quem está ai?
— É a Aryanna
— Eu sabia, reconheci seu perfume
— Como é?
— É mais doce que o outro. Aliais pode me ajudar? Ta muito difícil de abrir esse pote
— Mais é claro. Prontinho. É só isso?
— Só. — Ele sorria sem graça, o que me deixava assustada nunca tinha visto ele assim —
— Posso fazer uma coisa? Perguntava Kaio
— Sim
— Isso é ridículo, deixa para lá. Ele sai e eu fico na cozinha olhando para um lado e outro sem entender nada.

          Quando chega à noite faço os deveres de casa e me deito para dormir. Viro para um lado e pra o outro quase a noite inteira. ela madrugada acabo tendo um pesadelo que me fez acordar no meio da noite chorando. Decido levantar para lavar o rosto e beber um copo de água. Quando encontro Kaio comendo biscoito.

— Aryanna se apresentando, só levantei para tomar uma água, pode continuar aqui. Não precisa me expulsar.

— Eu sei, eu a reconheci, seu perfume.

— Mas agora eu to sem perfume.

— Cada pessoa tem um perfume único. É assim eu que reconheço. Pera não era isso ainda.

— Você é muito inteligente!
— E o seu tom de voz. O que aconteceu está tudo bem?
— Eu tive um pesadelo e agora to sem sono.
— Vamos fazer bonecos de gelo lá fora
Meus olhos brilharam.

          Do lado de fora sinto sendo atacadas por bolas de neve e no momento retruco e a guerra começa. Depois construímos um boneco de neve, tiro fotos. Eu coloco meu cachecol para enfeitar, mas por conta disso começo a tremer de frio.

— Suas mãos estão frias, vamos entrar. Dizia Kaio.

— Não, eu estou bem. Dizia feliz e animada.

Ele coloca seu cachecol em mim
— Obrigada. Agradeço com olhos brilhando.

— Como ficou o boneco?

— Até que ficou bonitinho! — Nós riamos e o meu rosto parecia que queimava de tanto sorrir. Parece que tudo que ele fazia dava certo, era habilidoso.
— Ele tem cara de Luisinho.

— Estou curioso sobre uma coisa. — volto minha atenção para Kaio. — Será que eu poderia tocar o seu rosto?
Balanço a cabeça, mas lembro de que ele não poderia enxergar.

— Sim é claro. Me aproximo — Como você acha que eu sou?
Ele leva as seus dedos delicadamente até o meu rosto. Nesse momento baixei meus olhos, envergonhada mesmo ele não podendo me ver, não podia evitar sentir. Ele analisa cada parte e suas mãos encostam meu rosto gentilmente, ele não me soltava, passou por minhas sobrancelhas, testa, olhos, nariz, queixo e boca. No final ele aperta minhas bochechas e fica em silêncio.

— Acho que você tem olhos amigáveis e boas sobrancelhas.
— Eu tenho olhos e cabelos castanhos lisos, assim como os seus. Me achou bonita?
Ele sorrir
— Pera, me achou feia? — Mais uma vez ele tinha ido na minha frente —
— Não sei, Aryanna. Ele fica de lado como se estivesse me olhando enquanto apoiava sua cabeça na mão — Eu gostei de tudo em você. Você é linda!
— Obrigada. Digo sem reação. As palavras dele ainda soam bem no meu ouvido da forma como me elogiou
Stenffor olhava para fora e estranhava Kaio ter ido brincar com a neve, mas ao mesmo tempo ele olhava emocionado e feliz.
Já dentro de casa eu bocejo e Kaio olha para mim.
— Parece que alguém ficou com sono.
— Essa guerra me cansou. Obrigada por sua companhia. Boa noite!
Kaio parecia tão satisfeito e feliz.
No dia seguinte me deparei com ele acampando na porta do meu quarto. Talvez para se certificar de que eu pudesse estar bem ou para me proteger dos monstros do pesadelo. Eu não sei, só sei que ninguém nunca tinha feito isso por mim.
Na manhã seguinte Stenffor estava do lado de fora comendo, quando ele para de comer olhando para mim e não falou mais nada.

— Aryanna, oi. Será que eu poderíamos conversar um pouco?
— Claro é sobre o que?
— É sobre o Kaio. Ele pode ter parecido a princípio um rapaz bem direto, mas ele não é assim. 
— A primeiro momento sim, mas não acho mais isso dele.
— Ele não chegou de viagem cedo a toa. Não se se você sabe o
s colegas dele levaram para uma festa, para tentar fazer com que ele se divertisse um pouco, mas embriagados esqueceram de Kaio. Nesse dia ele foi assaltado tentando achar sozinho o caminho de volta.

— Meu Deus! não deve ter sido fácil ter passado por uma situação dessa

— Pra ele está sendo difícil enfrentar ele detesta se sentir inútil. Por mais contente que ele parecia ser, ele tinha profundas feridas em seu coração, mas que acho que podem curadas pelo amor. Quem sabe você seja alguém que esteja aquecendo esse coração dele.

— Eu?

— Sim, você é especial conseguiu fazer ele se soltar e dar aquele sorrisão.
Sorrio fraco.
— Me explica uma coisa, como ele ficou assim?
— Foi um acidente na última apresentação do recital de piano. Ele saiu para comemorar e no caminho ele torceu a perna e por isso acabou se desequilibrando e batendo com a cabeça em uma pedra. Os médicos deram essa notícia e a partir daí tudo começou. Já fazem dois anos.
— Eu devia ter perguntado isso a ele.
— Tudo bem, ele não gosta muito de falar sobre isso, mas com você ele se abriria.

— Sabe, por mais que isso tenha acontecido com ele. Ele está vivo, sabe? e ele é incrível.
  Sinto que com ele não tinha tempo ruim porque mesmo se eu estivesse passando por algum momento difícil, era só pensar nele e em questão de minutos me sinto feliz.

— Parece que você gosta dele também.

— Você sabe que eu não ficarei por aqui por muito tempo. Eu acho que não poderei ficar ao lado dele.

— Só fique ao lado dele.
Nunca fui de falar a palavra alma gêmea, mas no decorrer que fui o conhecendo, cada vez mais eu me convencia disso, que existia e era o Kaio, embora nunca admiti isso.
No dia seguinte convido Kaio para sair.
  Está pronto? Você ainda está na cama parecendo deprimente? Por favor. 
 Faço voz fofa 
Ele finalmente se levanta e começa a trocar de roupa puxando a blusa a tirando.
— Ei eu to ainda aqui. Disse quando ele levantava a blusa para trocar de roupa
  Eu sei. Ele rir
me viro quando ele troca a blusa e saio do quarto.
Quando volto vejo que ele ficou ainda mais bonito principalmente por ter cortado o cabelo finalmente e que provavelmente teria sido seu o seu irmão mais velho teria cortado.
— Consegue sozinho abotoar?
— As vezes.
— As garotas vão amar, você está muito bonito. Dizia enquanto endireito a gola de sua camisa.
— Quem tem tempo de pensar me namorar quando eu estava ocupado estudando piano o dia inteiro. Apesar que hoje me arrependo um pouco de não ter tido tempo de conhecer mais pessoas, ter vivido coisas simples.
— Bom, só vou dizer uma coisa. Aprecie os tempos nublados assim como os dias sol. Vamos.
Levo ele até um parque de diversões.
— Você gosta de parques?
— Antes de ficar cego eu costumava gostar. Ele mostra um lado triste pela primeira vez sem piadinhas se criou uma atmosfera triste em que pude sentir.
— Vamos vou te levar até lá. Sem percebemos seguramos as mãos.
Fomos até um lanchonete muito charmosa que tinha culinária brasileira
— Tem namorado no Brasil?
  Hum porque a pergunta?
  Ele não iria ficar com ciúmes de mim?
— Se eu tivesse ele teria sim, porque você é bonito!
— Você está me dizendo isso só para me sentir fazer melhor
— Não é nada disso, a menina do caixa não parava de te olhar cheguei a ficar incomodada.
— Ciúmes?
— Oi? Me engasgo verdadeiramente com o com milk-shake.
Enquanto comíamos brigadeiros uma comida a qual ele nunca tinha comido ele não parava de se deliciar e não falava de outra coisa que não fosse o brigadeiro.
— Isso é tão bom!
— Sabia que iria gostar. Dou outro brigadeiro na boca dele. Vejo ele sorridente o tempo todo, nem parecia aquele que conheci no início todo rabugento e ranzinza.
— Você é a primeira garota que eu saio depois de... o ensino médio. — Ele sorri parecendo tímido Em que só tive uma namorada, acabei não dando atenção que deveria, então é foi meio desastroso. Não sou muito experiente. Observo ele ficar vermelho. 
— Isso é um encontro? Eu perguntava surpresa.
 Você fez meu dia alegre obrigado. Ele faz aquela cara que todo garoto faz de cachorrinho.
— Não há de que! Eu também em diverti muito. — Sorrio docemente —  Para mim realmente não era nenhum sacrifício levar ele a lugares, estar com ele e ver ele sorrindo.
— Eu na verdade nem nunca tive um encontro. Digo tímida. Sim você não é o único que nunca esteve em um relacionamento.
— Nunca? Ele parece surpreso — Espero que esteja gostando desse. 
  Vejo ele sorrindo e eu solto um sorriso bobo depois dele ter falado. Sua risada é meu som favorito.
    No dia seguinte faço a minha rotina matinal, hoje era sábado e me deixaram sozinha para cuidar de Kaio e devido brincar no gelo eu peguei um resfriado. Kaio cai no shão do banheiro. Saio correndo depois que ouvi o barulho. Paro na porta e pergunto se estava tudo bem. Ele diz que não conseguia levantar. Eu digo que iria fechar os olhos e entrar para ajudar-lo. Pego a toalha jogo para ele e desligo o choveiro. Saio um pouco ensopada, mas tudo termina bem.
Em recompensa e agradecimento no outro dia Kaio se prontifica a preparar uma sopa de feijão quente só para mim enquanto ainda cambaleava de sono. Ele bate na minha porta e me serve, uma atitude que me surpreendeu. Kaio acaba deixando cair a sopa quente no chão e consequentemente nele. Espirraram algumas gotas muito quentes sobre mim, mas esqueci de mim e me preocupei com ele.

— Você se machucou? Ele continuava parado onde estava.
Nisso ele cai no chão eu corro para ajuda-lo.
— Você está bem? Suas mãos estão vermelhas
  Eu só queria fazer uma comida. Dizia ele um tom de voz revoltada e um choro não omitido.
— Sua mãe pediu para que você não trouxesse as coisas sozinho. Esqueço dos pingos que me queimaram que arderam. — Vamos colocar pomada.
— Vocês falam que consigo fazer as coisas sozinho como antes, mas na verdade até mesmo vocês duvidam.
—Você só precisa de um pouco de ajuda pra se tornar logo logo independente.
— Você se machucou por minha causa.
— Esta tudo bem, só foram umas gotinhas quentes que respingaram.

Eu segurava as mãos dele enquanto ele reclamava de dor e com cuidado lavava suas mãos com água gelada e depois enrolei a atadura nas duas mãos dou uma batidinha no seu ombro indicando que estava feito. Vou até a cozinha e vejo que ainda tinha sobrado sopa de feijão pelo chão, então pego uma colher e experimento, realmente era saboroso, ele ainda por cima era um ótimo cozinheiro. Mais tarde Kaio volta com um prato de mingau no meu quarto.

— Sua comida é tão boa!
— Eu peguei a receita com a minha mãe, então tentei fazer o mais parecido possível

— Sua mãe é maravilhosa!

— Você ta bem mesmo? parece estar fungando ainda. Ele acariciava meu rosto — O avião está chegando, abre a boca.
Tudo isso acontecia enquanto eu ria.

          Chegou o dia da minha formatura do curso em que conclui. Por me arrumar demais, me sentia envergonhado por isso.
— Não acha que estou um pouco exagerada?
— Você está perfeita!   — Disse Kaio mesmo lamentando não poder ver—
Todos me elogiavam muito na formatura, não paravam de me olhar, estava chamando atenção o fato de usar um vestido vermelho. Chegaram a dizer que eu tinha roubado a cena dos professores. Sentia que eu estava extravagante demais para a ocasião. A senhora, o senhor, Stenffor e Kaio me felicitaram.
— Aryanna, não vai nos apresentar o seu namorado? — perguntava um dos professores —
— Muito prazer eu sou o Kaio. E sim eu sou cego. 
Todos ficavam sem reação com a resposta de Kaio, mas todos levavam na esportiva. Assim
 admirados sem saber o que falar. Eu só conseguia tentar não rir do jeito do Kaio tinha falado.
No final da noite e da cerimonia de formandos e com já todos cansados Kaio parecia nervoso e juntando coragem para perguntar alguma coisa, eis que ele me convida para comemoramos em um restaurante. Quando terminamos o jantar caminhamos lado a lado pelas ruas de Île Notre-Damecobertas cobertos de neve, onde tinha um banco de praça de frente para o mar e ali nos sentamos. Podiamos ver a neve caindo sobre as luzes dos postes de luz. Um guarda aparece pedindo para que saíssemos de lá e levamos uma bronca por estar andando com tanta neve caindo. Caminhando conversavamos.

— Você devia se permitir ter mais momentos assim. Deveria voltar a tocar.

— O que eu vou perder? Eu não vejo nada. Nem mesmo posso ver o seu sorriso.

 Coloco a mão dele nas minhas bochechas e sorrio, ele automaticamente sorri

— Bom...então... Pode não ser novidade o que estou falando, mas você pode ver com com o seu coração, nunca ouviu que as melhores coisas são sentidas e não vistas?

Ele coloca suas mão em meu rosto e da um beijo suave na minha bochecha.

— Você tem razão. Eu me acostumei a lidar com isso dessa forma, a esconder minha tristeza por estar assim, a esconder essa parte do meu coração. Bom eu queria te dar um presente. Seu aniversário está próximo não é.

— Você lembrou? O presente era uma caixinha de música e dentro tinha um musico tocando piano.
— É um presente também para você lembrar de mim.
Voltamos a caminhar e imerços no clima.
— Eu penso muito em você — Disse Kaio —  Dou um abraço forte pela a cintura dele ainda caminhando e por ser mais baixa que ele.
Ele dá um sorriso e me abraça de volta bem forte. Quando nos afastamos devagar, nós paramos, olho para o seu rosto e ele se aproxima de mim lentamente com um beijo leve e suave, com mais com gosto de maça verde. Amava como seus lábios se moviam sobre os meus. Era um o primeiro beijo e ao mesmo tempo parecia uma despedida. Quando soltamos do abraço parecia já senti falta. Para ele parecia não fazer sentido abraçar alguém que não fosse eu.
— Você vai sentir saudade? Perguntava Kaio.
— Hum não.
— O que? Kaio figia estar com raiva.
— Brincadeira eu vou sentir sim. — Meus olhos enchem de lágrimas. — mas não muitas, pois estaremos em contato sempre.
— Mas não é a mesma coisa.
— Olha não seja chorão.
No meio de uma gargalhada ele rouba um outro beijo.
No caminho ainda feliz, mas de repente penso em Kaio e em como ele ficaria depois que eu fosse embora e aquilo me fez ficar triste.
— Não demore a voltar para me ver ok, eu estarei te esperando e a receberei de braços abertos. Me promete, Aryanna?
— Sim?
— O que aconteceu? perguntava ele.
Eu estava mal por saber que teria que ir embora e deixa-lo temia por ter que deixa-lo
 — Eu sou cego não burro, está acontecendo algum coisa só não sei o que.
— Você deveria tentar levar um boa vida. Você ainda vai ser muito feliz! 
— E vou, porque você vai estar do meu lado.
— Ainda vai assistir a muitos por- do -sol. 
— respirava fundo— Me desculpa, por tudo Kaio, mas eu não vou voltar. Olha, eu não sinto o mesmo. 
— Você agora está tentando fazer eu te esquecer?
— Naquele momento eu estava feliz e me deixei levar pelo momento, foi isso. — Meus olhos se enchia de lágrimas — 
Ele para e se vira em direção a minha voz.
— O que eu estava esperando alguém que pudesse realmente gostar de mim, isso é impossível. Eu respeito sua decisão.
— Eu não saberia cuidar de você. 
—V
ocê tem razão eu nunca vou ser um namorado normal, eu realmente não quero ser um fardo para você. Diz encarando o vazio a sua frente.  
Ele me deixa sozinha do lado de fora e bate a porta de casa e as lágrimas caem de uma vez.
 Já tinha- se passado um mês e no dia seguinte eu já estava de malas pronta e ele mostrava não ter muita importância. 
— Ela merece alguém que não seja um peso, não iria querer prende-la do meu lado. Disse Kaio.

Passara-se uns dias e eu já tinha regressado para o Brasil e na bagagem eu levava saudades e tristeza de uma despedida que eu não tive.

— Filho, o mesmo vento que leva, o vento trás. Você deveria seguir os conselhos de Aryanna, viva a sua vida da melhor maneira possível. Eu tenho certeza que ela gostou de você, ela deve ter tido um fluxo de consciência e achou que agindo assim seria melhor.
— E daí, eu não ligo.
A senhora o deixa sozinho e Stenffor aparece no quarto e conversa com Kaio.
— Cara, estou com você aqui. Mas me conta você a beijou? Como foi?
— Não quero falar sobre isso.
— Anda me fala
— É que ela é inexplicável, eu admiro tudo que ela faz.
— O que mais?
— O que mais eu poderia te contar?
— Sobre o que sentiu quando estava com ela?
— Tem um abraço bom e quente. Apesar de tudo ela me encorajou e trouxe sentido a coisas que antes eu não pensava, consegui me encher de vida e a deixou mais bonita! e depois destruiu tudo.
—  Que isso em rapaz. Pelo que a conheci, ela vai voltar agora se anima.
          Já aqui no Brasil pensava muito em meus dias com Kaio, eu sabia que a minha curiosidade sobre ele não era normal desde o inicio. Agora tudo me fazia lembrar ele. Mesmo sem dizer em palavras, Kaio me ensinou muitas coisas. Sabe aquele segundo que acontece a paixão eu nem percebi quando me dei conta já estava apaixonada. Ah, aquela beijo, sua mão quente aquecendo a minha. Pesquisei tantas vezes no google como é o amor, mas ele não conseguiu me dizer as respostas. Kaio me mostrou o que é o amor, me disse o que era, mesmo não falando eu te amo.
Depois de uns dias recebi uma caixa do correio em que dentro tinha um ursinho e juntos na caixa tinha dois ingresso para o show de piano do Kaio aquilo fez meu coração dar saltos que nunca pensei que o coração pudesse fazer.
Sorrio animada em vê-lo tocando, porque estava tão feliz.
A uns meses vim fazer um intercambio, mas agora era importante pra mim ver-lo feliz. 
— Eu fui uma covarde e desisti dele. Mesmo que nossos mundos sejam mundos diferentes quero dizer para ele o que sinto, dizer que eu estarei com ele por toda a vida.
Ele desce do palco e me encontra falando sozinha aquelas palavras.
 
— Agora parece que você está falando sozinha.  Ele sorrir.
Eu sorrio.
— Eu tava treinando o que falar.
— Fiquei feliz por ter vindo.  Ele abaixa a cabeça  
Olho nos olhos dele.
— Eu comecei a gostar de você, não sei se foi quando, se foi no momento em que você começou a sorrir para mim. Eu estarei ao seu lado.
— Você veio de tão longe, Aryanna, eu não iria desistir da gente tão fácil. Disse Kaio que me encarava a direção oposta.
— Você tem sido a minha luz em meio a escuridão. Contudo vou abrir uma exeção para você. Você aceita ser minha namorada?
Eu sorrio da forma como ele se achava.
—  Kaio, eu aceito ser sua namorada. Eu m
al posso esperar viver a minha vida com você e descobrir o que o futuro nos reserva.